sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Liberdade de imprensa e imparcialidade

Com o fim do Regime Militar, a repressão à liberdade de imprensa foi abolida e, consequentemente, os profissionais do meio informativo puderam retornar aos seus trabalhos conforme os princípios da comunicação social, como a imparcialidade. Percebe-se, entretanto, que a realidade da área informacional brasileira é marcada pelo mau uso da imprensa, comprometendo, assim, a essência do processo comunicativo.

Nota-se, por exemplo, que a manipulação de informações é um fator que influencia o problema. Diversas empresas da área jornalística divulgam fotos e textos caracterizados pela parcialidade, visto que eles são selecionados com a finalidade de favorecer um determinado grupo, como partidos políticos. Recentemente, segundo a Polícia Federal, uma famosa revista brasileira envolveu-se no caso Carlinhos Cachoeira ao publicar reportagens de acordo com os interesses do empresário preso sob acusações de crime organizado e corrupção.

Ressalta-se, ainda, que, em busca de audiência e de auxílios financeiros, as empresas ligadas à comunicação terminam por comprometer a imparcialidade de seus trabalhos ao exibirem matérias de relevância questionável para a sociedade. Contrariando valores éticos e morais, muitas organizações sensacionalizam assuntos como a violência e, consequentemente, omitem acontecimentos importantes para o país. Durante a greve das universidades federais brasileiras, por exemplo, algumas emissoras de televisão exibiram a paralisação de forma tangencial, pondo em dúvida se há, realmente, o cumprimento da função social da imprensa no que concerne ao desenvolvimento da criticidade e à atualização do cidadão sobre o país.

Para solucionar o problema, é necessário que os atuais métodos da imprensa de realizar o processo comunicativo sejam revistos. É preciso que as empresas submetam seus profissionais a cursos mensais que ampliem a capacidade dessas pessoas de minimizar os efeitos da parcialidade em seus trabalhos. Além disso, é importante, também que o Estado forneça subsídios para que mais organizações tenham chances de entrar no ramo informativo, seja através de canais de televisão ou de revistas, para que o cidadão tenha mais opções para desenvolver seu senso crítico, selecionar informações importantes e minimizar os efeitos da parcialidade da imprensa.