domingo, 11 de junho de 2017

A certeza da incerteza

Sobre textos esquecidos nos rascunhos...

"Durante esses meus 20 e poucos anos de experiência de vida posso dizer que aprendi algumas coisas: tudo é incerto e, por mais clichê que pareça, a única certeza da vida é a morte.

Eu me considero uma pessoa "de boa", mas, esses meus últimos anos foram anos de mudanças bem importantes. Não estou aqui para falar quais foram exatamente essas mudanças, mas houve muitas.

Diante de tudo isso a gente percebe que devemos sim ter planos para o futuro, pensar no futuro e ter como meta a vida que imaginamos ser a melhor para todos nós, mas, uma coisa que não nos avisam é que precisamos estar preparados (ou pelo menos tentar) para as peças que a vida prega na gente. A única alternativa que sobra é nos adaptarmos, por mais difícil que a situação pareça. Planejar o futuro meticulosamente a longo prazo é bobagem, porque as coisas nunca acontecem exatamente como a gente espera. Até a gente com o tempo muda o que planejou. E que graça teria a vida se tudo acontecesse do jeito que a gente quer? Se fosse assim a gente não daria valor à vida.

Não estava nos meus planos de vida perder a minha avó. Isso já aconteceu há alguns anos e até hoje isso mexe comigo. Não estava nos meus planos, sabia que ia acontecer algum dia, mas não naquele ano. Mas eu estou aqui, sigo minha vida, sigo feliz (embora se ela estivesse aqui estaria ainda mais feliz). A vida é assim mesmo: uma caixinha de surpresas (boas e ruins).

Eu, que detestava Açaí, hoje sou uma viciada nesse negócio bom. Exemplo besta, eu sei, mas é o que acontece muitas vezes. A gente paga pela própria língua, por isso resolvi não mais incluir "nunca" e "sempre" nas minhas falas (exceto Engenheiros do Hawaii que eu sempre vou amar).

Outra coisa que eu aprendi é que você nunca (nunca!) deve por a mão no fogo por ninguém. Pessoas podem ser cruéis, podem te machucar. E isso (ser machucado ou machucada) também te muda. A gente, com o decorrer da vida, vai formando cicatrizes na alma, coisas que te machucam, com o tempo passa, o sofrimento acaba (ufa), mas que sempre vão deixar aquela marca e quando você olha pra essa cicatriz, lembra do que aconteceu.

O bom das coisas que acontecem com a gente é que elas nos mudam, a gente amadurece e consegue olhar aquilo de outra forma. A gente se importa com tanta coisa besta e se deixa levar por essa vida corrida e esquece que é necessário tempo pra se refletir sobre a própria vida. Um dia só seu, um dia com você mesmo é tão importante e faz tanta diferença.

A gente se depara com encruzilhadas da vida e o pior de tudo não é nem a encruzilhada em si, mas qual caminho seguir. Nessa decisão não adianta pedir ajuda pra sua mãe ou pro seu pai, o caminho é seu e você que tem que escolher e seguir, você que tem que assumir o controle da sua própria opção e assumir, também, as consequências do que você escolheu. No final das contas, não acho que exista um certo ou errado. No final das contas, na minha opinião, a escolha deve ser o que for melhor pra você, ou pelo menos, o menos pior. No final, o que importa é seguir um dos caminhos, o que importa é não ficar. O fato é que não existe certo ou errado escrito nos "caminhos da vida" e não tem como a gente avançar anos na frente pra ver no que deu e se não tiver dado certo voltar atrás pra mudar de escolha. A vida é feita de escolhas. Existe uma música do Engenheiros do Hawaii que diz "quem constrói a ponte não conhece o lado de lá"... É claro que quem constrói a ponte conhece o lado de lá porque caso contrário não faria a ponte (sou muito besta kkk)... Agora falando sério, mudanças fazem parte da vida, não adianta você não se arriscar por medo do desconhecido. Eu mesma não me conheço direito às vezes.

Encerro esse texto aleatório dizendo que: faça suas próprias escolhas, mas faça com cautela, reflita. Pense em você, pense no que você sente, pense em quem você é. Mas, mesmo pensando em você, não magoe, não deixe uma cicatriz na alma de alguém. Deixe amor."