segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Ser fã.

Eu acredito que ter/ser um fã é igual a ter/ser um amigo fiel (à banda que você gosta). Ora, quando você é realmente fã da banda, você vai até para o aeroporto recebê-los, deixá-los, blá blá blá. Só sossega depois que falar e/ou tira foto com os integrantes, depois que você explicita toda a sua admiração.

Você chega no show bem cedo, pra ficar bem lá na frente. Aguenta empurrão, aguenta gente derramando bebida, aguenta gente estérica, aguenta gente pisando no seu pé... e, principalmente, aguenta suas pernas, porque, aguentar 5h em pé não é pra qualquer um não. Ah, e aguenta a dor nas pernas e nos pés pós-show, sem contar o sono no outro dia.

Você chega em casa cansado, suado, toma banho quase dormindo... mas no final, você dá um sorriso, você assistiu a sua banda mais uma vez! :)

domingo, 14 de dezembro de 2014

A banda!

Não reparem no desconhecido e sua pose estranha com a língua ali atrás (ok, vc já olhou). Enfim, venho aqui dizer como é incrível falar pessoalmente com o seu ídolo!

Sou muito fã de Biquíni Cavadão e de Engenheiros do Hawaii. Acontece que ontem o Biquíni veio fazer show aqui em Fortaleza e eu aproveitei para ir recebê-los no Aeroporto! E fui! Falei com todos os integrantes e... todos são MUITO gente boa, simpáticos, legais e divertidos! Superaram minhas expectativas (que já eram muito boas).

O Bruno é bem mais alto do que eu imaginava e do que eu conseguia enxergar nos shows, mesmo ficando no front stage. Sério, ele é uma pessoa muito simples, legal... nota 10! O Coelho também foi muito legal comigo! E o Miguel então... nem se fala, um fofo! O Birita tbm foi super legal. Pense numa banda maravilhosa!

O show, que também aconteceu ontem, foi incrível (igualmente aos outros shows que já fui). O Biquíni passa uma energia, uma magia que é impossível ficar parado!

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Máscara do homem-aranha.


O ser humano é um bicho muito besta. No pior dos sentidos, pois o homem é mesquinho, egoísta e rude. A gente se prende a tanta coisa inútil que chega a dar raiva. Sabe aquele aquele celular de última geração que a gente quer? Ou, no caso das mulheres, o tanto que se gasta ajeitando os cabelos?

Nessa época de natal, todo mundo quer comprar presente (e ganhar também, claro). Eu, por exemplo, adoro ganhar presente! Mas, enfim... certas coisas ocorrem em nossas vidas para que nós possamos repensar nossos atos. 

A questão é que, aqui em casa, minha família adotou a cartinha de uma criança. O pedido dessa criança foi uma "máscara do homem-aranha". Não tem como não chorar. Uma coisa tão simples, mas que é capaz de alegrar (nem que seja por um curto período de tempo) a vida de uma criança. Uma criança que não quer iPad, ps4, xbox, essas coisas caras (e coisas que nem são tão infantis assim). Uma coisa que pode não ter um preço alto, mas que tem um grande valor para o coração. Isso é o que falta hoje em dia. Natal virou sinônimo de compras, presentes.

Para mim, o natal existe para que possamos manter ou acender novamente nossa chama de amor. Vivemos em um mundo tão cruel, tão violento, mal educado, desconfiado que, muitas vezes, não nos deixamos confiar nas pessoas. Claro que o Natal é vinculado ao cristianismo, mas não é necessário religião para que se possa construir um mundo melhor.

Já pensou na alegria dessa criança recebendo a sua máscara do homem-aranha? Felizmente, ainda existem coisas nesse mundo que não têm preço, e são essas coisas simples que fazem a vida ser linda.

Um feliz natal antecipado a todos!

terça-feira, 1 de julho de 2014

Considerações (minhas) bizarras (ou não) sobre algumas coisas do jornalismo

O jornalismo sempre me intrigou. Sério. Sempre achei uma área profissional muito interessante e até já cogitei cursar jornalismo, mas, embora achasse (e ainda ache) o jornalismo uma área muito linda, vi que não levava jeito pra coisa. Mas, enfim...

Há alguns questionamentos que surgem na minha cabeça de vez em quando, em situações peculiares... Por exemplo, digamos que um artista famoso adoece e é internado em algum hospital de nome. Ok, se ele vive pra contar a história, dá algumas entrevistas depois e tal. Se ele morre, porém, todos os canais de TV exibem no mesmo dia (no MESMO dia!) uma reportagem inteira falando da trajetória desse artista. E aí eu fico me perguntando: assim que a pessoa famosa vai pro hospital eles já preparam uma matéria como se ela tivesse morrido? Provavelmente sim, eu penso, pois não haveria tempo suficiente de preparar reportagens tão bem feitas em pouco tempo. Ok, uma tática do jornalismo, mas aí eu fico pensando... como deve ser pra pessoa que faz essa reportagem? No mínimo estranho e bizarro. Meio que, talvez, matando a pessoa antes do tempo mesmo que não a real intenção não seja essa.

Outra coisa que me vem a cabeça são os cinegrafistas de programas policiais. Imaginem a adrenalina que corre nas veias desses indivíduos! Se quando nós assistimos a esses programas pela televisão nós ficamos tensos, imagina quem está lá. 

Também sempre teve meu respeito os jornalistas investigativos. Eles precisam ser muito habilidosos, cuidadosos e corajosos. Lembro que um professor muito querido meu de redação falou que possui um irmão jornalista investigativo. O professor disse que esse seu irmão, uma vez, saiu pelo país fazendo uma reportagem sobre cargas roubadas de caminhões. A reportagem estava fluindo muito bem e ele estava começando a descobrir informações preciosas. Em um certo dia, um caminhoneiro ofereceu carona a esse rapaz irmão do professor e ele aceitou. Ao entrar, conversa vai e conversa vem e, depois de um tempo, o caminhoneiro entra em um terreno baldio, para o caminhão, manda o rapaz descer e desce também. Em seguida, fica frente a frente com ele, mostra uma arma de fogo e diz "acho melhor você parar sua reportagem, você tá se metendo em coisa que não deve e isso pode custar sua vida". Eu jamais teria nervos para isso.

Jornalismo é uma carreira que exige coragem e esforço; os bons jornalistas me impressionam (no sentido positivo).

segunda-feira, 23 de junho de 2014

Sobre universidades particulares e preconceito

Atualmente, estudo na Universidade Federal do Ceará. Sim, uma universidade pública. Você deve, então, estar se perguntando o porquê de eu estar fazendo uma postagem sobre universidades particulares e o preconceito relacionado a elas. A resposta é bem simples: eu já fui aluna de uma.

O mundo mudou muito, mas determinados pensamentos das pessoas não. Um deles, embora tenha diminuído ultimamente, persiste: o de que as universidades particulares não prestam. Ok, não vou mentir que existem muitas universidades/faculdades particulares medíocres por aí que realmente só se importam com o dinheiro do aluno e nas quais o vestibular é apenas uma mera formalidade, no qual todos são aprovados. Esse tipo de instituição realmente existe, não vou ser hipócrita.

Porém, também existem boas universidades particulares, de ensino igual ou até melhor que muitas públicas. Eu estudava na Universidade de Fortaleza, que, na minha opinião, é a melhor universidade particular aqui do Ceará. Pra você ter uma ideia, eu fui aprovada no 4º vestibular que eu fiz dessa universidade e não me envergonho disso. Alguns dos meus professores da UNIFOR também serão professores meus na UFC nos semestres seguintes. Caso eu não tivesse sido aprovada na UFC, eu continuaria da UNIFOR. As duas são EXCELENTES universidades, excelentes!

Estudando na UNIFOR eu aprendi que universidades particulares boas formam SIM bons profissionais e que ter preconceito com os estudantes dessas universidades é idiotice! Tenho amigos que estudam em faculdades particulares e são ótimos alunos. Enfim, acho (acho não, tenho certeza!) que ainda há muito preconceito bobo por aí. 

segunda-feira, 16 de junho de 2014

A culpa é das estrelas

Eu confesso que sou um pouco preconceituosa com modinhas. Não me mate. Nós sabemos que "A culpa é das estrelas" tornou-se uma modinha entre as adolescentes e, principalmente, entre as pessoas do público feminino. Aliás, foi justamente devido a esse fato dessa história ficar famosa que eu resolvi assistir e comprar (mais tarde no shopping) o livro.

Confesso que me surpreendi! Achei o filme MUITO bom e justamente por isso quero comprar o livro, pois sabemos que o livro é sempre melhor que o filme e, se o filme já foi muito bom, o livro deve ser maravilhoso. E, embora, no final das contas seja mais uma história de amor, a obra "A culpa é das estrelas trata de uma história" bem peculiar. É triste, mas é bonita.

Não é uma história com mais um final feliz. A mensagem que ficou para mim foi a de que, às vezes (às vezes não, muitas vezes!), nós temos de tudo para alcançar a felicidade, mas não nos importamos com isso. Nós temos saúde, uma família estruturada e até mesmo um amor. Mas não nos damos conta de que isso é o maior presente que Deus nos deu. O casal do filme se amou, mas devido às suas condições de saúde, por pouco tempo. Foi um infinito que teve um tempo limitado. Um infinito que cativou a todos. 

Confesso que até me emocionei, fiquei com os olhos cheios d'água em uma das cenas do filme, mas me desconcentrei com a enorme quantidade de pessoas fungando e chorando dentro da sala de cinema. Não que eu seja insensível, até porque eu me emocionei também, mas também me desconcentrei com a manifestação das emoções dos outros. Rs.

O filme realmente nos toca muito. Mostra o sofrimento da família, o sofrimento de todos ao redor deles que estão envolvidos com toda a história. Mostra os medos, as angústias e até mesmo os sonhos. É um filme bonito, triste e fofinho. Eu gostei.


domingo, 15 de junho de 2014

Modern Family

Eu não sou uma pessoa de rir muito, mas, calma, também não sou uma pessoa amarga e triste. Por um lado, talvez o fato de eu não rir tanto assistindo televisão deva-se à triste realidade das comédias de hoje em dia: clichês e de conteúdo água com açúcar. Sem graça.

Porém, há um mês e alguns dias atrás (ou mais até), descobri, por acaso, um seriado americano que está me fazendo rir tanto que minha barriga dói. Sério!

Na minha opinião, Modern Family é a melhor série de comédia que é exibida nos dias atuais. A série se baseia em eventos cotidianos de 3 núcleos familiares que constituem uma única grande família. E há uma grande riqueza nessa família: um casal gay que adotou uma filha oriental, um casal americano típico e seus 3 filhos e um casal composto por um homem de 65 anos e sua esposa colombiana mais ou menos 25 anos mais jovem que ele que também trouxe para os EUA seu filho pré-adolescente colombiano Manny.

Na minha humilde opinião, a série é realmente muito rica e engraçada!
Em primeiro lugar, a inclusão de um casal gay que adotou uma filha colombiana é algo realmente do nosso século XXI e demonstra como isso deve ser aceitado pelas pessoas, pois o casal é uma dupla de pessoas que se amam como qualquer casal "comum" ou "convencional". Existe amor entre duas pessoas do mesmo sexo, eles podem criar uma filha perfeitamente como qualquer família decente e se relacionam de forma confortável e agradável com a sociedade.

Há também o casal velho-jovem. Há um certo estereótipo de que mulheres jovens se casam com homens mais velhos apenas por questões financeiras. Isso pode ser verdade? Sim, claro que pode. Na série, porém, Gloria realmente ama Jay, mostrando que, sim, é possível um amor (AMOR) desses acontecer. Claro que a vida dela melhorou de forma imensurável, é óbvio, mas ela também ama seu novo marido.

E, para não fugir completamente ao comum, há uma típica e clichê (mas não menos legal) família americana. Os três filhos são muito diferentes: um é meio distraído, outra é uma nerd e a outra, a mais velha, é rebelde e não se interessa pelos estudos.

Imagine esses 3 núcleos familiares juntos? Pois é, é risada garantida. E não, não estou ganhando para fazer essa espécia de post-propaganda. Fiz esse texto porque eu realmente estou amando a série! Enfim, se você puder, assista, é muito boa, muito mesmo.

quinta-feira, 15 de maio de 2014

Você não existe mais.

A vida me assusta. Perdão! A vida não, a ausência da vida. Sabe, aquilo de você estar com uma pessoa agora e de não estar com ela amanhã porque ela morreu? Pois é.

O mundo não parou de girar, o tempo não mudou. Nada mudou, além da pessoa que se foi. Ninguém parou. Lojas não fecharam, nada parou de funcionar, apenas o que se foi. Isso é triste e assustador. Você estar com alguém e depois de um curto tempo saber que nunca mais irá ver essa pessoa aqui na Terra. O pior é que não podemos saber quando e como isso irá acontecer. Na verdade, agora mudo de opinião, o que causa medo mesmo não é a morte em si, é a própria efemeridade da vida e a brutalidade com a qual nos arrancam alguém. Machuca, dói. Arranca um pedaço do coração que nunca mais volta ao normal, bater bate, mas não bate com o 100% da alegria que você tinha antes. É que nem um coração de um infartado mesmo, não tem mais miocárdio ali, só tecido fibroso. Não é mais a mesma coisa. Falta algo, sempre e sempre vai faltar. Isso é o que dói.

segunda-feira, 21 de abril de 2014

Em busca da forma perfeita!

Tem gente que busca tanta coisa que esquece de si.
No momento, aliás, a todo momento, eu busco me encontrar. Raul realmente me entendia, porque eu sou uma verdadeira metamorfose ambulante, acredite! Não acho isso ruim, pelo contrário, acho isso muito interessante e estimulante! Sinto que, a cada dia que passa, eu me descubro mais.

Eu não quero ser a futura médica Mariana, eu quero ser a Mariana que é uma futura médica. Eu não vivo e nem vou viver apenas em função da Medicina. Eu sei, a Medicina é uma área que exige muita dedicação e esforço, não nego e não estou dizendo que não vou me esforçar; pelo contrário, vou continuar nessa luta até o fim! Mas, o que eu quero dizer, é que minha vida vai englobar tudo o que a vida tem a me oferecer. Eu quero viver tudo, quero ter experiências boas e ruins. Quero ter histórias para contar, quero ser feliz enquanto minha vida durar. Sou uma pessoa que quer viver a vida.

Eu acredito que há algo misterioso na arte de fazer bolos. Eu amo fazer bolos, tortas e cupcakes. Tem algo mágico que é quase terapêutico no preparo deles para mim. Eu gosto e acho legal. Gosto de fazer mesmo, não só de comer. Eles ficam muito bons, não ficam perfeitos, mas, modéstia à parte, ficam excelentes! Como é bom comer um bolo de chocolate com cobertura de chocolate e recheio de chocolate na medida certa! Você se delicia até passar mal! Afoga seu bolo na cobertura de chocolate sem pena. Chocolate é sempre bem-vindo para qualquer alma. Capuccino também.

Junte o limão a essa arte maravilhosa. O limão é azedo. Ele causa, de certa forma, um certo afastamento. Não é toda pessoa que gosta de alimentos com limão. Mas eu gosto. Eu gosto de limão. Afinal, coisas muito doces enjoam mais rápido. Eu quero fazer uma torta de limão, mas vivencio um grande problema: não tenho a forma ideal.

Eu sei, isso tudo parece ser loucura, mas eu preciso de uma forma perfeita. Já fui em várias lojas e não achei. Eu tenho essa mania perfeccionista chata. Vi em um programa da BBC sobre confeiteiros que pra fazer a torta era necessário uma forma de fundo removível. Ainda não achei a forma. Minha torta de limão perfeita permanece na memória. No mês passado fui a um almoço em um restaurante bem conceituado aqui de Fortaleza e a sobremesa que eu comi foi... torta de limão! E... estava deliciosa! Preciso urgentemente fazer a minha!

Eu tenho a leve impressão de que esse texto está meio dadaísta, mas não importa. #ProntoFalei

[Edit - 15/06/2014]

Comprei minha forma perfeita e fiz minha tortinha de limão! Ficou espetacular! Ainda não ficou perfeita, mas, para a primeira, ficou excelente! :)

domingo, 20 de abril de 2014

Tomar um sorvete.

A vida é rápida, passa tão aceleradamente que a gente nem percebe. Eu lembro de coisas que eu vivi como se fosse ontem. Me sinto velha. Não em um sentido triste, mas em um sentido de curiosidade e espanto mesmo. 

No final de semana passado, estava assistindo TV com meu namorado e resolvi colocar no Cartoon Network. Estava passando as meninas superpoderosas! Como eu amo esse desenho! Acontece que, reparando bem, os gráficos e até mesmo a "mentalidade" das meninas superpoderosas são completamente diferentes dos desenhos animados atuais. Aliás, também tive uma crise de espanto ao perceber que o álbum Under my skin da Avril já completou 10 anos de existência, porque... EU LEMBRO quando ela lançou esse disco! Era uma febre! E... já se passaram 10 anos, 10 ANOS, gente! 

Fora essas crises de velhice, rs, a vida é corrida demais. São muitas coisas pra fazer, pra dar conta. É faculdade, é estágio, é família, é namorado, é amizade, é muita coisa! A gente se estressa, chora. Mas, no final, a gente sempre dá um jeito e a coisa se resolve, ou piora! Mas sempre chega o momento de tudo se resolver.

A vida passa e a gente percebe que é bom ser louco às vezes e é bom se divertir. Nós temos de ter histórias para os nossos filhos. As experiências são boas, nos fazem crescer (eu acho). Não importa se elas foram boas ou ruins. Na realidade, quando elas são boas nem e tão bom assim, porque a gente não leva uma lição. Eu considero as más melhores para o nosso crescimento pessoal, mas confesso que vivenciá-las é um tanto ruim mesmo.

Não sei porquê, mas eu ainda acho que nós devemos refletir sobre a vida todo dia a todo momento. Nós podemos errar sim e mudar pra melhor! Afinal, errando é que se aprende. Eu gosto da Medicina porque todo dia eu descubro uma coisa diferente e todo dia eu me descubro: coisas que eu queria e já não pretendo e coisas que eu nem sabia da existência e já amo de paixão!

Acho também que nós estamos sujeitos diariamente a um estresse brutal. E é por isso que devemos buscar saída em coisas boas, seja na natureza, no shopping, sei lá. Só sei que a gente deve ser feliz acima de tudo e afastar tudo de ruim que há perto de nós. A vida é curta. A gente não sabe quando vai embora. 

E é por isso que eu quero sair pra tomar um sorvete na praia. Um beijo.

segunda-feira, 10 de março de 2014

Sobre pré-adolescentes e a vacina contra o HPV.

Ainda que seja a passos vagarosos, o SUS, de vez em quando, adota boas medidas relacionadas à saúde pública. Uma delas, por exemplo, é a disponibilização, a partir dessa segunda-feira, dia 10, da vacina contra o vírus HPV para a população, ou melhor, parte da população. Em alguns países da Europa, essa medida já havia sido adotada.

O papilomavírus é responsável por causar câncer de colo uterino em mulheres. A vacina que será disponibilizada pela rede pública protege contra UM dos tipos desse vírus, o que já é algo muito bom. É algo muito bom porque essa imunização só era possibilitada pela rede particular e a maioria da população brasileira não tinha nem teria condições de pagar por uma dessas vacinas.

Mas... qual o motivo de eu ter colocado "pré-adolescentes" no título do post? O motivo é simples: durante esse ano, a vacina será disponibilizada para meninas de 11 a 13 anos e, em 2016, ficará restrita para meninas de 9 anos. A razão para tudo isso é que o Governo pretende vacinar meninas que não tenham vida sexual ativa. A pouca idade para a vacina nos diz algo: as jovens (crianças?) estão iniciando a vida sexual mais cedo. Não adianta vacinar uma menina que já teve contato com o vírus, não haverá precenção e sim gastos governamentais desnecessários; além da perda de material que poderia ser utilizado em outra menina.

Os meninos não são vacinados por um motivo: os efeitos do HPV no organismo masculino não são tão devastadores quanto no feminino (mas ele continua sendo um potencial transmissor do vírus caso seja infectado). As mulheres são as maiores vítimas, vacinando-as, ela não passará o vírus ao parceiro, que não transmitirá o vírus caso se relacione com outra pessoa.

A transmissão se dá por meio de relações sexuais e também pelo compartilhamento de toalhas e peças íntimas. 

Você, mulher, não esqueça de ir à(ao) ginecologista regularmente. É muito importante a realização do Papanicolau anualmente, já que ele detecta as alterações iniciais causadas pelo vírus. 

domingo, 9 de março de 2014

Falso moralismo + racismo

Sempre fico com um pé atrás quando vou olhar alguma coisa que as pessoas julgam ser racista. Ontem vi uma notícia que, de certa forma, me manipulou a acreditar em algo que, do meu ponto de vista, não é verdade. Tratava-se de uma notícia no Facebook que era estampada por uma foto de um par de mãos negras colocando um colar em uma pessoa branca. Daí você já pode deduzir que o título da notícia acusava a loja de racismo, já que, aparentemente, havia uma mulher negra trabalhando para uma mulher branca, de acordo com a foto. Eu também achei racista. Resolvi, porém, ler a notícia.

Ao ler as informações na página do jornal, vi que, na realidade, a propaganda não se tratava apenas daquela foto, ela era, na realidade, um vídeo em homenagem ao Dia Internacional da Mulher (aliás, aqui vão meus parabéns - atrasados, diga-se de passagem - para todas as mulheres). Resolvi assistir ao vídeo para analisar se a polêmica era verdade. Ok, entrei no You Tube.

O vídeo mostra uma mistura de mãos e corpos negros e brancos. Sinceramente, não notei preconceito nenhum na propaganda. Na minha humilde opinião, tudo se tratou se contraste mesmo. Uma grande empresa como a Riachuelo não iria "queimar seu filme" cometendo um ato racista, algo totalmente ultrapassado e inadmissível.

O problema de tudo é que as pessoas, falsas moralistas, enxergam preconceito em tudo quando, na realidade, o preconceito está dentro da cabeça delas, apenas.

Li alguns comentários a respeito da notícia e li um que realmente fez todo o sentido para mim: os corpos brancos e as mãos negras foram considerados racismo pelas pessoas porque, segundo o apresentado, as negras estavam servindo as brancas. Caso fosse o contrário, corpos negros e mãos brancas, também seria racismo, pois os pessoas julgariam que aquilo seria as negras sendo oprimidas pelas brancas. De qualquer forma, a propaganda seria considerada racismo.

Não adianta acusar racismo quando ele está presente nas pessoas, até mesmo nas próprias pessoas negras. O racismo existe ainda, mas está escondido hipocritamente dentro de muitos cidadãos. 

Ele existe quando você atravessa a rua porque um negro pobre vem em sua direção.
Ele existe quando você pensa que o negro ocupa cargos inferiores.
Ele existe quando você não quer um(a) negro(a) namorando sua(seu) filha(o).
Ele existe quando você não quer ter um cabelo de origens africanas.
Ele existe quando você chama um negro de macaco.
Ele existe quando você se julga melhor que um negro.
Ele existe quando você não quer assumir que é negro(a).
Ele existe em nossa sociedade.

Vivemos em um país hipócrita: um país que bajulou a negra Chica da Silva em tempos de escravidão porque ela era casada com um homem rico. Apenas por isso. Um país hipócrita no qual as pessoas negam as próprias origens. O Brasil, pelo menos em sua maior parte, não apresenta apenas descendentes europeus. Nas nossas veias correm sangue indígena e africano também, por mais que seja de um parente distante.  

Homens sem blusas que querem ser estuprados.

O Brasil sempre foi e ainda é um país racista e machista. A única diferença de antigamente para hoje, é que o racismo agora dá cadeia e que as mulheres estão ganhando um grande espaço na sociedade. Mas, ainda que existam fatores positivos que impeçam o racismo e o machismo no nosso cotidiano, nós os vivemos direta ou indiretamente, sem querer ou querendo mesmo.

As pessoas dizem que meninas que andam com roupas curtas estão, de certa forma, incentivando o estupro (delas mesmas). Se roupas curtas e decotadas são vulgares, isso é outra questão, mas uma coisa é certa: NENHUM tipo de roupa pode ser usada como pretexto para um estupro. Nós vivemos no século XXI, o Brasil vive uma democracia e não uma teocracia, logo, as pessoas podem se vestir da forma como bem entenderem, mas sem cometer atentado ao pudor, claro.

Caso você, mulher, encontre um homem sem camisa ou só de sunga na praia você irá querer estuprá-lo? Ele estará incentivando você a cometer um estupro? Não, né?! Pois é. Com as mulheres a situação deveria mesma, mas não é. E a explicação para isso tudo é que o Brasil é um país machista. O mais triste e lamentável de tudo, aliás, é que esse machismo não é praticado apenas por homens não, muitas mulheres agem e pensam dessa forma também. Por mais curta que a roupa de uma mulher seja, o corpo é dela, não seu. Ela cuida dele como quer. Se você tem pensamentos doentios, você que é o doente nessa história.

segunda-feira, 3 de março de 2014

Você precisa de um amor!

Fazendo uma análise das nossas vidas, nós percebemos que o nosso principal objetivo é ser feliz. Para isso acontecer, nós precisamos de várias coisas (ou poucas mesmo). Primeiramente, precisamos de dinheiro, para poder sobreviver. Pessoas sãs, contudo, sabem que o poder financeiro não é tudo nesse mundo, necessitamos, na maioria das vezes (para não generalizar) de coisas muito mais complexas para conseguir viver de forma satisfatória. 

Na minha opinião, aliás, nós nunca iremos viver uma felicidade plena. Para saber o que é a felicidade, nós precisamos saber também o que é a tristeza. Faz sentido, não? Nós precisamos de amor para ser feliz. Não importa de quem seja: sua mãe, pai, irmão, namorado... As pessoas que amam e são amadas são pessoas mais felizes. Nada melhor do que você se sentir completo.

É aquele tipo de coisas mesmo: ninguém é feliz sozinho. O ser humano não foi feito para viver isolado, acredite, viver isolado acarreta sérios problemas psicológicos e até mesmo físicos a uma pessoa. É algo muito sério. Acho muito lindo essas pessoas que fazem campanhas para ajudar os outros, não importa a forma! Seja abraços grátis ou doação de sangue. 

Existem várias formas de amor e todas essas maneiras de amar fazem as pessoas crescerem pessoalmente, por isso, ame!


terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Expectativas x Realidade


Medicina é o que eu quero pra minha, claro. Desde 2009, quando tomei minha decisão de ser médica. 
Já assisti House e sou viciada em Grey's Anatomy. Ok, o que é mostrado nessas séries não é nem um pouco parecido com a realidade do Sistema Único de Saúde, mas também me inspirou nesse a querer esse sonho. Comecei a estudar muito. Tentei durante alguns anos: levei vários "tapas" dos vestibulares, mas persisti e passei!

Sempre pensei em ser uma cirurgiã geral que nem a Meredith Grey e a Bailey de Grey's Anatomy. Sonhava fazendo uma retirada de apêndice. A área de cirugia cardiotorácica nunca passou pela minha cabeça, embora ache uma área muito linda, não tenho vontade de ser uma Yang da vida. Acho um tipo de cirurgia cem por cento nível hard.

Embora tenha entrado na Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará (uma das melhores universidades do país, segundo a revista Guia do Estudante) agora, já tenho um semestre de experiência devido ao meu tempo no curso de Medicina da Universidade de Fortaleza. Dessa forma, já conheço, embora ainda pouco, algumas coisas. Já percebi, por exemplo, que a cirurgia geral não me anima tanto quanto a área de atenção primária ou a de saúde da mulher. Já me chamaram de louca por pensar em trabalha no PSF (Programa de Saúde da Família), porque, cá entre nós, a saúde pública do Brasil já é um caos no nível terciário (hospitais, por exemplo) de saúde, no nível primário nem se fala então! Caos TOTAL! Mas... eu tenho muita vontade de trabalhar na atenção primária e orientar as pessoas, além de cuidar dos aspectos físicos. Ok, todo médico deve orientar o paciente quanto a medidas saudáveis de vida, mas em um ambiente super lotado de hospital convenhamos que isso é quase impossível.

Também acho linda a área de ginecologia. Mas nessa parte me acho uma contradição, porque eu não gosto de embriologia. Mas... talvez seja só um trauma criado desde o ensino médio. Talvez. Além disso, também gosto muito da área de endocrinologia.

Uma das áreas que eu jurava que ia me apaixonar era a de trauma. Ainda acho uma área muito bonita, mas não é o que quero pra minha vida. Até agora a atenção primária está ganhando. 

A Medicina é desse jeito mesmo: existem tantas áreas, que é impossível você não se apaixonar por uma. É muito comum, também, você entrar na faculdade com uma especialização em mente e mudá-la logo depois.

Nesses últimos dias, tenho feito um curso de trauma. Aprendi coisas muito interessantes! Sempre sonhei (sonhava mesmo!) em fazer sutura e finalmente aprendi! Suturei alguns cortes em um pedaço de língua de boi. Saí feliz da faculdade que nem quando uma criança ganha um brinquedo. Rs. Sempre sonhei em aprender sutura. Dentre as outras coisas que aprendi, teve o rcp, que, na minha opinião, é algo indispensável, todo estudante de Medicina deveria saber e, além disso, ensinar as pessoas próximas. Seria uma forma de salvar vidas, já que o socorro ou suporte avançado de assistência muitas vezes demora a chegar.

Aprendendo a suturar - XVIII Curso de Condutas Básicas em Emergências


Acredite, a Medicina é muito linda. Nem sempre é do jeito que você quer, mas é linda. O contato com o paciente é algo tão enriquecedor (intelectual e pessoalmente falando) e dinâmico! É algo que não dá pra treinar, é algo que você vai aprendendo com o tempo e nunca deixa de aprender. Cuidar do paciente deve ser o nosso objetivo sempre. Muitas vezes, nem doente eles estão, eles precisam de alguém pra desabafar. O paciente é complexo. 

Não existe nada mais gratificante nesse mundo que um paciente curado e/ou agradecido pelo trabalho que você prestou a ele. Eu sei, eu ainda sou uma baby nesse mundo da Medicina, mas eu já tive alguns pacientes, embora não tenha passado remédio nem nada, mas já tive muitos contatos com pacientes.

Eu acho muito lindo esse contato com o paciente. Na minha opinião, isso que me fez deixar a cirurgia mais de lado. Estou com muita vontade de virar uma doutora da alegria, tomara que dê tudo certo!

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Crescer dói

Peguei emprestado o título de uma das músicas da banda Selvagens à Procura de Lei para fazer uma reflexão. Na minha humilde opinião, todas as épocas das nossas vidas têm momentos felizes e também tristes. Cada etapa possui suas peculiaridades.

Fui, embora tímida, uma criança muito feliz e inocente. Não que eu não seja mais nada disso, pelo contrário, às vezes, por exemplo, sou tão inocente em certas coisas que acabo vivendo situações inusitadas ou desagradáveis. Mas, a infância é uma época em que a alegria e a inocência estão em alta, uma etapa da vida tão linda que é um crime tirar a pureza de uma criança.

Na minha cabecinha de criança, meus familiares nunca iriam morrer. Caso um ladrão entrasse em minha casa de noite e tivesse a intenção de machucar a minha família, a solução era eu mandar meus familiares deitarem no chão (fingindo de mortos) e jogar ketchup em cima deles para que o bandido pensasse que não precisaria machucar ninguém. Cavar um buraco fundo no quintal da minha tia era uma forma de ir parar na China. São muitas histórias.

A gente vai crescendo, e a vida, direta ou indiretamente, nos obriga a amadurecer. Hoje em dia, eu continuo feliz, mas já não existe mais toda aquela atmosfera infantil de que o mundo é inofensivo, feliz e inocente. Já perdi alguém muito especial. Mesmo com apenas vinte anos de idade, já aprendi muitas lições que me fizeram uma pessoa melhor. Lições que me deixaram alegre, outras que me machucaram.

Eu, que quando criança, achava nojento quem namorava, quem beijava, hoje namoro. Rs. Aliás, uma coisa que eu sempre quis quando pré-adolescente, era encontrar um menino que fosse um príncipe comigo, e, para sua surpresa, isso não mudou, isso deu certo! Meu namorado me faz muito feliz desde 2007. 

Antigamente, isso de faculdade pra mim era coisa de gente grande. Preferia ficar brincando com as minhas barbies do que ficar nesse negócio de estudar! Até aprendi a fazer fralda para os bebês das minhas bonecas. Também gostava muito de brincar de casinha. Embora essas brincadeiras sejam "meio" machistas,  elas me fizeram muito feliz na infância.

Enfim, é isso mesmo, crescer dói. Surgem as responsabilidades. Mas isso tudo é coisa da vida mesmo, já tá programado pra acontecer. O segredo é saber encarar e viver com as responsabilidades. 


 

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

PBL - Problem Based Learning

Existem dois tipos de metodologia muito utilizados no Brasil referentes ao ensino da Medicina. Um deles é o método tradicional, o outro, o PBL, uma metodologia ativa baseada em problemas. Tive a oportunidade de vivenciar os dois. Darei, portanto, minha opinião.
Antes de tudo, faço uma crítica às pessoas que criticam o PBL sem, ao menos, ter experimentado por um semestre.Na minha opinião, só se fala sobre uma coisa quando se tem conhecimento dela, caso contrário, você pode falar besteiras ou mesmo faltar com a verdade.

Bem, o PBL é uma metodologia ativa. As aulas tradicionais com as quais estamos acostumados são raras. Na universidade onde estudei, nós tínhamos três conferências semanais, que seriam as aulas "tradicionais". O resto era bem interessante: toda segunda-feira e quinta-feira pela manhã, nós tínhamos os grupos tutoriais, ou GTs. Nesses GTs, nós, um grupo de 10 alunos, discutíamos determinado problema que nos era apresentado em nosso manual do módulo. Éramos supervisionados por um tutor.

A manhã sempre era composta por dois GTs: o de análise (no qual discutíamos sobre o problema, podíamos errar, mas não podíamos pesquisar nada. Falávamos o que sabíamos) e o de resolução (no qual resolvíamos o problema baseado nas referências nas quais havíamos pesquisado nossas informações). Sempre tínhamos que falar nossas referências e sempre dávamos notas aos colegas, de forma confidencial e entregávamos a folha de notas para o professor. Aliás, o professor também dava nota para cada aluno.

Na minha opinião, cresci muito com os GTs. Não costumava falar muito e passei a falar. Nós usávamos uma lousa convencional e também uma lousa digital para disponibilizar imagens para facilitar o aprendizado. Até mesmo nossa disposição dentro da sala era favorável: uma mesa alongada, como se fosse um retângulo, com as cadeiras em volta. Para ir bem nos GTs, precisávamos estudar (bastante) em casa fisiologia, farmacologia, anatomia e muito mais coisa que você puder imaginar. Não adiantava ir sem estudar, pois o professor com certeza perceberia, já que você não pode falar "besteiras" e lhe daria uma nota ruim.

Além disso, no final de cada GT de análise, nós traçávamos objetivos que deveriam ser solucionados no próximo GT. Esses objetivos deveriam estar de acordo com os objetivos do manual do professor. No final do GT, ele falava se nós havíamos conseguido englobar tudo ou não: caso sim, ótimo, caso não, ele dizia o que ficou subestimado.

Também tínhamos aulas integradas de anatomia, histologia e radiologia (que se comunicavam também com os GTs) no laboratório morfofuncional, o LMF. Os professores davam miniaulas e, em seguida, nós íamos para as peças de anatomia ou para o microscópio de histologia para estudar. Os professores continuavam na sala até o final da aula para que nós pudéssemos tirar nossas dúvidas. Era um momento também bastante enriquecedor. Além disso, cada bancada possuía dois computadores para facilitar nosso aprendizado. Sem contar no tamanho reduzido de alunos por turma (vinte alunos), o que facilitava muito o aprendizado.

(A turma toda era composta de 60 alunos. Mas fomos divididos em 3 "sub-turmas", cada uma com vinte alunos).

Além dos GTs e do LMF, também tínhamos o Laboratório de Habilidades, ou LH, onde era a parte em que nós nos sentíamos mais médicos. Nós aprendíamos procedimentos como higienização simples das mãos, aferição de pressão arterial, punção venosa periférica, etc. Era muito interessante, nós também realizávamos consultas com pacientes atores e tínhamos acesso a bonecos especializados para o estudo da Medicina. Além de aprimorarmos nossos conhecimentos no tema relação médico-paciente.

Também tínhamos o AIS (Ações Integradas de Saúde), nó qual visitávamos uma comunidade carente aqui de fortaleza, realizando pesquisas e tentando ajudar da forma como podíamos aquelas pessoas. Tivemos contato com nossos pacientes. Produzimos trabalhos científicos sobre saúde coletiva e ainda tivemos a oportunidade de conhecer o funcionamento de postos de saúde e policlínicas de atenção secundária, como o NAMI, nosso local de estudo.

Ainda tínhamos também o Laboratório de Ciências Básicas, o LCB, no qual íamos ao laboratório, produzíamos lâminas, mexíamos com sangue, separávamos os elementos do sangue do plasma, etc.

GT, LMF, LH, AIS, LCB... ufa! Acredite, o método PBL é uma metodologia ativa que realmente exige muito do aluno.

No momento, mudei de universidade, agora estudo na Universidade Federal do Ceará, onde o método de ensino da Medicina é o tradicional. Acredite, estou sentindo muito a falta do PBL. Ainda estou tendo dificuldades para me concentrar em tanta aula convencional, pois estava muito acostumada com os GTs e afins.

O problema é que muita gente tem preconceito com o PBL, principalmente aqui em Fortaleza, pois, aqui, o PBL é usado de forma satisfatória em universidades particulares. A UFC utiliza apenas no terceiro semestre e de uma forma precária. 

Na minha humilde opinião, o método PBL é mais "puxado" e toma muito o seu tempo, mas, em compensação, você aprende mais e fixa mais o conteúdo. No começo é diferente e dá um desespero, mas com o tempo você se habitua e passa a gostar. Eu, pelo menos, não gostava no começo, mas depois passei a gostar e a admirar. :)

Meu grupo tutorial Medicina UNIFOR.

Proteja o que você tem de mais precioso: sua vida!

Segundo os ditados populares, o bem mais precioso que possuímos é a vida. Eu concordo. Pergunto-me, porém, se tanto o Estado como as pessoas em geral tentam proteger suas vidas. É inegável que as pessoas que se drogam ou que ingerem bebidas alcoólicas excessivamente comprometem suas vidas, mas esse não é o foco da postagem de hoje. Refiro-me mais a medidas que protejam as pessoas e, consequentemente, suas vidas.

Pode-se citar, por exemplo, a questão dos airbags. Lembro, que, há algum tempo, li uma notícia de que a partir de 2014, esses itens seriam obrigatórios para a categoria dos automóveis. Antes, para ter um airbag em seu veículo, você, com certeza, pagaria a mais por isso.

Caso você pare para refletir, isso é totalmente errado. O airbag é uma medida de segurança, proteção do condutor e também do passageiro. E quem não poderia pagar por um? Podemos perceber que, em certos casos, ter dinheiro salva sim a sua vida.

Ainda em relação ao trânsito, muitas pessoas ainda teimam em não usar o cinto de segurança. O cinto de segurança impede que você bata no para-brisas, por exemplo. Acredite, isso é muita coisa. Percebe-se, porém, que as pessoas ainda teimam em não usar esse utensílio e, em muitos casos, utilizam-no de forma incorreta: mulheres grávidas passando uma das faixas do sinto sobre a barriga, uma ação incorreta. Caso o automóvel freie bruscamente, a barriga dessa mulher será altamente pressionada, podendo acarretar danos tanto para a mãe como para o bebê. A faixa inferior do cinto deve passar por debaixo do ventre da gestante.


 Ainda em relação à proteção da vida, na minha opinião, o Governo deveria oferecer cursos gratuitos a todos os cidadãos sobre condutas adequadas em situações de emergência. Caso todo brasileiro soubesse como realizar uma massagem cardíaca corretamente, muitas mortes seriam evitadas. O desconhecimento de técnicas de primeiros socorros pode custar a vida de alguém.

Isso é uma polêmica, pois muitos queixam-se de que a universalização dos primeiros socorros pode causar mais danos aos pacientes. Na minha opinião, isso ajudaria muito, pois já perdi alguém muito especial e que eu amava imensamente porque meus familiares não tinham conhecimento nem preparo para como proceder. Por isso, para mim, saber e ensinar condutas básicas, mas eficazes, em situações de emergência, é algo essencial.

Ainda durante essa semana, estava assistindo Breaking Bad, e uma pessoa foi tentar reanimar a outra, mas o procedimento feito foi totalmente errado. Para vocês terem uma ideia, a reanimação só é eficaz, em um adulto, caso você baixe a região que está sendo massageda em 5 cm. É bem possível que costelas sejam quebradas. Além disso, é preciso alternar a massagem com a respiração artificial, que deve ser feita impedindo a passagem de ar pelo nariz do paciente e soprando ar em sua boca. Tudo é feito em ciclos.

Ainda estou aprendendo tudo, estou fazendo um curso sobre trauma. Mas, de qualquer forma, acho válido que cada pessoa passe a se prevenir para situações de emergência, pois nunca sabemos quando elas acontecerão.

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

O poder da propaganda!

Na minha condição de estudante de Medicina, eu me divirto como e quando posso. Ultimamente, tenho me divertido muito já que só volto a estudar daqui a algum tempo. Mas, enfim, eu gosto muito de ir ao cinema com meu namorado, não sou uma fanática por filmes, mas eu gosto de ir ao cinema. Na maioria das vezes, prefiro até um filme nem muito besta (pra não se tornar aquela coisa idiota), nem muito intelectual (pra não forçar meu cérebro que tanto precisa descansar de vez em quando). PORÉM, de vez em quando eu caio em algum desses extremos, tipo o filme super besta do qual irei fazer alguns (poucos) comentários, até porque o foco da postagem não é esse filme.

Deixando de papo furado, vamos ao "problema" em questão: fui assistir Atividade Paranormal 5 (não, não assusta! Aliás, a platéia fez foi rir no final do filme, pra você ter ideia da piada que era!) no UCI Ribeiro com meu namorado. Ao entramos na sala e sentarmos lá em cima, com os trailers já em andamento, reparei que havia algo de diferente naquela sala: a imagem da tela acobertava TODA a parede, do teto ao chão e da parte direita à parte esquerda. Eu achei aquilo muito legal, afinal, a imagem estava maior ainda e eu pensei: "O susto também vai ser dos grandes." Foi bem interessante, a imagem era muito boa e era enorme, então, ficou muito legal. Eu havia pago o preço normal do cinema daquele dia, acho que foi um pouco mais de R$10, ACHO. Mas não foi mais que R$11.

Uma semana depois, o Iguatemi divulgou que havia construído uma nova sala, uma tal de iMax. Vi a propaganda, achei muito massa e fiquei doida pra ir! Mas a inteira dessa sala era R$23. Sou estudante, logo, pobre, mas, mesmo assim, a meia ainda era cara. Não dei muita bola depois do preço.

Ok, agora estamos em Fevereiro. Fui ao cinema sábado e assisti um filme interessante e ao mesmo tempo estranho "Ela". Mas, quando o filme terminou, fiquei conversando com o meu namorado e falei que queria muito ir nessa sala iMax. E então ele me contou algo que eu nunca havia percebido: ele me disse que nós já havíamos ido nessa sala sim! Eu fiquei incrédula, não lembrava disso. Então ele me lembrou do Atividade Paranormal 5! E não é que era verdade! Fui cobaia dessa sala iMax.

A questão não é ter sido cobaia ou não, mas é que eu simplesmente estava morrendo de vontade de assistir algum filme nessa sala só por causa da propaganda que fizeram. Quando soube que era a mesma sala na qual assisti atividade paranormal, me decepcionei., porque, querendo ou não, nem é essas novidades todas, é uma sala normal, com uma tela maior. Aliás, estamos pagando mais caro até pelo tamanho do filme. Ê, Brasil.

sábado, 1 de fevereiro de 2014

Dentes perfeitos?

Nos últimos dias, participei do I Curso Pré-Saúde da Universidade Federal do Ceará. O curso nos apresentou noções básicas sobre todos os cursos da saúde da UFC: Medicina, Odontologia, Fisioterapia, Enfermagem e Farmácia. Todos foram interessantíssimos, mas o destacado de hoje será o conjunto de informações transmitidas pelo PET da Odontologia. 

Primeiro de tudo, a informação mais importante e impressionante: para que seus dentes sejam limpos e saudáveis, dois utensílios são essenciais: escova de dente e fio dental. Mas eles só serão eficazes caso você realize a técnica de escovação dos dentes de forma correta. Você deve pensar: "Mas e o creme dental? E o enxaguante bucal?". Acredite, realizando a escovação da forma correta, nem creme dental é necessário (mas claro que nós usamos esse produto, pois, além de diminuir o atrito das cerdas das escovas com os dentes e as gengivas, ele deixa o hálito refrescante). 

Segundo os palestrantes do PET Odonto UFC, os enxaguantes bucais são apenas coadjuvantes no processo de limpeza bucal, eles não tem tanta eficácia na limpeza dos dentes e, se apenas ele for utilizado, pode ter certeza que seus dentes não estarão limpos. Eles são responsáveis por deixar o hálito fresco. Aliás, dê preferência aos que não contenham álcool, pois, além de prejudicar sua situação, caso você tenha que realizar o teste do bafômetro, pode lhe causar outros problemas.

Ressalta-se, também, que aquelas escovas com motores, que movimentam as cerdas não são adequadas. Essas escovas não irão realizar a técnica de escovação correta por você, então, não deixe o mercado lhe enganar. Também é bom salientar que, as cerdas das escovas podem ser macias ou duras, mas nenhum desses dois tipos é mais eficaz que o outro. O fato é que, as cerdas menos macias ou menos moles são mais propícias a causar irritações nas gengivas , mas nenhuma é mais eficiente na limpeza que a outra, o segredo é realizar a escovação de forma correta.

Algumas curiosidades:

Mães precisam sim realizar a higiene bucal de seus bebês: 
Os bebês comem e restos de alimentos ficam no interior da boca. As mães devem usar panos umedecidos para realizar a higiene dos espaços da boca e das gengivas.

A perda de dentes com o decorrer da idade NÃO é natural: 
A perda dos dentes decíduos (os "dentes de leite") de uma criança é algo normal e previsível, mas a perda de dentes em indivíduos adultos ou idosos não é algo natural, pois, teoricamente, os dentes deveriam durar toda a vida de uma pessoa.

Dentaduras precisam SIM passar pelo processo de escovação: 
As dentaduras devem ser escovadas também para evitar o acúmulo de comida entre os dentes desse utensílio e também para prevenir a irritação das gengivas.

Fumantes que ingerem bebidas alcoólicas apresentam alto risco de desenvolver câncer de boca:
O álcool sozinho não é um fator de risco para a ocorrência do câncer de boca, mas, em conjunto com o fumo, o álcool potencializa o efeito cancerígeno da nicotina.

A Odontologia não se resume à extração de dentes nem a canais e obturações:
O profissional da Odontologia também pode se dedicar a área de cirurgia e, recentemente, a área de Odontologia Hospitalar, em que o profissional desse ramo deve trabalhar na UTI. Além disso, ele também pode trabalhar na área de diagnóstico de câncer de boca (mas o tratamento do câncer de boca é realizado pelos profissionais da Medicina.

Limpe a língua com a própria escova:
Á língua é uma parte da nossa boca e também deve ser higienizada. Essa higienização pode ser feita com a própria escova de dentes. Além disso, através dessa técnica de escovação da língua, é possível mudar a cor esbranquiçada da língua para sua cor haabitual.

Diastemas não são "fechados" apenas por meio de aparelho:
A resina também pode ser utilizada, embora apresente suas desvantagens como a manutenção constante no dentista. A resina resolve questões estéticas.

Clareamento de pastas de dentes não são realmente eficazes:
As pastas de dente que contém, teoricamente, componentes clareadores não são tão eficazes como as pessoas pensam. Na realidade, seus componentes são abrasivos e seus efeitos são mínimos. Então, caso você realmente queira clarear seus dentes, procure um profissional da odontologia.

Dentes que passaram por clareamento são sensíveis apenas durante o tratamento:
Depois de todo o processo de clareamento, eles não permanecem sensíveis.

I CURSO PRÉ-SAÚDE UFC
 
 

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Sexo.


O sexo ainda é um tabu. Tá longe de deixar de ser um. Hoje o tema é bem mais dialogado, mas ainda é polêmico e, consequentemente, possui diferentes versões para cada pessoa.


Muitos jovens ainda não possuem a capacidade de conversar abertamente sobre sexo com sua família. Alguns nem se quer conversam. Seja por vergonha ou mesmo medo, essas coisas acontecem e podem interferir negativamente tanto na vida do jovem como na da família, afinal, o sexo é algo natural do ser humano. O problema, na minha opinião, é que ele é vulgarizado. Um diálogo familiar bem estruturado é capaz de evitar acontecimentos como uma gravidez precoce e/ou indesejada. Ele é fundamental para estabelecer uma educação sexual eficaz. A questão é que, o assunto "sexo", no ambiente familiar, é novo; isso não existia há alguns anos, era proibido.

Ressalta-se, também, que a vulgarização do sexo que podemos acompanhar pelos meios midiáticos também é um problema. A insinuação de que a relação sexual é algo tão comum quanto trocar de roupa, e geralmente, uma ação associada a bebidas, drogas e prostituição, cria uma certa banalização do sexo. As pessoas já não querem conhecer seus parceiros, são movidas por ações que têm como o objetivo estabelecer uma boa "reputação sexual".

Somando-se o precário diálogo familiar com a vulgarização citada acima, muitos jovens têm dificuldades para iniciar sua vida sexual e até mesmo para manter uma vida sexual saudável. Podemos constatar esses fatos no grande número de adolescentes grávidas precocemente e na grande quantidade de jovens que contraíram DSTs por causa de relações sexuais desprotegidas, por exemplo.

Além disso, na minha humilde opinião, os problemas relacionados ao sexo não podem ser fundamentados em questões como as informações proporcionadas pela educação sexual, e sim à forma como elas são aplicadas na sociedade. Não há uma conciliação entre educação sexual, família e sociedade. Há a informação, mas não a ação da família nem da sociedade de forma que favoreça e ajude o jovem nesse âmbito. A situação da banalização do sexo no nosso pais é tão grave, que até mesmo crianças estão no ramo da prostituição.

Uma das medidas mais atuais do governo em relação a esse tema foi a adoção da vacina contra o HPV para crianças/pré-adolescentes. Por que não há a vacina para jovens e adultas jovens na rede pública? Porque as mulheres estão iniciando a vida sexual cada vez mais cedo, e, provavelmente, já teriam tido contato com o papilomavírus depois dos 12 anos de idade. 


Fora tudo isso, ainda existe a questão religiosa. A Igreja Católica não apoia o uso de preservativos nem a prática de relações sexuais antes do casamento. Tudo isso influi no pensamento de muitos jovens. No final das contas, existem muitas opiniões a considerar, o que gera uma certa confusão a respeito do tema.

Há algum tempo, existiam as denominadas "pulseirinhas do sexo". Caso você arrebentasse a pulseira de alguma cor de alguém, você teria que realizar alguma atividade de cunho sexual (não necessariamente sexo) com aquela pessoa. Quais ensinamentos estão sendo passados aos jovens? Claro que cada um cuida da sua vida, mas é preciso responsabilidade. Muitos jovens não sabem lidar com a sexualidade e se frustram.

Outros parecem não ter conhecimento da seriedade que exigem as relações sexuais e acabam expostos em redes sociais na internet por meio de vídeos. Ficam traumatizados e ainda são ridicularizados pela sociedade. Passam a depender de tratamento psicológico para voltar a viver emocionalmente bem.

De quem é a culpa de tudo isso? Não existe um único culpado, há uma soma de fatores responsável pelo atual problema. É preciso que o Governo, a sociedade, as famílias e até mesmo a Igreja, entrem em um acordo que consiga pelo menos amenizar a atual situação.

Uma TV 14 polegadas

Criança é bicho inteligente. E é desde criança que os pais devem educar seus filhos. Os pais devem mostrar qual é o caminho certo para um futuro gratificante! E esse futuro não diz respeito ao dinheiro, apenas; diz respeito à vida. Uma criança tem capacidade para aprender lições.

Uma história para recordar...

Uma televisão CCE 14 polegadas. Para uma criança assistir a desenhos animados, ela seria perfeita. Aliás, acho que uma criança assiste a desenhos animados até mesmo em um celular, nos dias de hoje! Afinal, qual criança não ama desenhos animados?!

Os pais chegam e dizem que a sua filha que ela vai precisar ficar sem sua televisão por uns tempos, até que eles comprem outra. A filha fica chateada, não entende e pergunta o porquê. A mãe chega, senta na cama, ao lado da filha, e explica o motivo.

O motivo era que a mãe conhecia uma família pobre. E essa família pobre morava em um casebre, quatro crianças em um colchão. Fora as outras crianças. Essa família era muito pobre. As crianças não tinham uma diversão, a televisão delas havia queimado. A mãe continua explicando.

Nesse momento, a filha, mesmo apenas uma criança, sente uma tristeza imensa, enche os olhos d'água. Toda criança merece ser feliz, ter direito a brincar certo? Nenhuma criança merece passar fome, nem viver triste. Como pode uma criança viver assim? Viver mal, dormir mal, não assistir desenhos animados? Por que todas as crianças não podem viver iguais e brincarem juntas? A filha resolve ajudar os pais a embalar a televisão e a levá-la para o carro. A filha se sente feliz agora. Ela está ajudando uma família. Não está mudando a situação dela drasticamente, mas está ajudando a dar um pouco de felicidade àquela família já tão machucada pela sociedade. As crianças vão assistir aos desenhos.

Eu me senti feliz.

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Tente outra vez!

Sabe, quando a gente quer muito algo e não consegue? Pois é, a gente se decepciona, se sente no fundo do poço e chora muito, muito mesmo. Você já sentiu a sensação de prestar vestibular pra Medicina, acreditar que ia passar... quando na realidade (mesmo se esforçando)... você não passou?
Só sente esse drama quem realmente o vive. É ruim, é triste, é decepcionante, deixa a gente pra baixo e desacreditado. 

Para resolver esse problema há duas alternativas:

A primeira delas é desistir da Medicina. Mas... minha pergunta é, vale o preço? Pra quem realmente QUER a Medicina pra vida (porque, na minha opinião, a Medicina não é apenas uma profissão), essa opção não é e nunca vai ser, nunca mesmo, válida. De que adianta uma pessoa desistir de seu sonho agora e, num futuro distante, ficar lembrando que poderia ter seguido em frente com o seu sonho? A vida é sua e é só uma. Falar para os seus netos que trabalhou em tal área mas o que sempre quis foi Medicina. Talvez essa pessoa que desistiu da Medicina até mesmo "desconte" sua frustração em seus descendentes. Não considero essas pessoas covardes, pelo contrário, considero-as corajosas. Todos tem direito de escolher o que querem para a sua vida e alguns simplesmente não aguentam o ritmo de estudo nem as decepções com o vestibular. Mas, uma coisa é certa, ninguém nunca vai consegui lhe proporcionar como é gratificante passar pra Medicina e estudá-la; ninguém é capaz de lhe dar isso, só você.

Retomando as alternativas, a segunda delas é tentar novamente passar no vestibular. Por mais simples que essa decisão possa parecer, ela é difícil, muito difícil; pede autocontrole, perseverança e confiança. Ver o mesmo conteúdo durante um ano inteiro é desgastante e retornar ao ambiente de cursinho sem todos os amigos (já que alguns passaram) faz com que a gente se sinta ultrapassado e até mesmo um pouco (ou muito) desesperado. Os professores explicam as mesmas matérias, contam as mesmas piadas e você já não sente tanta vontade assim de rir.  Seus parentes dizem para você tentar fazer outro curso ou que você está perdendo tempo.

Mas, vou contar uma coisa: mesmo sendo muito desgastante, esse é o melhor caminho, é a melhor alternativa para passar no vestibular para Medicina, é uma maneira totalmente (TOTALMENTE!) capaz de lhe proporcionar a sua aprovação! Na minha opinião, mais vale um ano a mais de cursinho, do que uma vida inteira de lamentações. O que é um ano na frente de uma vida?

Quando sua aprovação chegar, lhe juro, ela vai lhe fazer ter orgulho do seu passado. Você contará aos seus filhos como é importante correr atrás de seus sonhos, mesmo diante das adversidades. Quando a aprovação chega, lhe juro, você fica TÃO feliz, que percebe o quanto foi importante seus anos de cursinho e, além disso, percebe como aqueles anos "de molho" lhe fizeram crescer como pessoa. O professor pode repetir as matérias e contar as mesmas piadas, mas dali você consegue tirar alguma coisinha. Seus parentes que hoje lhe pedem pra entrar em outro curso, irão lhe parabenizar e, hipocritamente, lhe dizer que seus anos de cursinho não foram em vão. Aliás, quando você passar, você nem vai sentir que fez cursinho, a felicidade é tão grande que o tempo no cursinho se torna insignificante.

Quer Medicina? Tente até passar! Quando você menos esperar, será surpreendido. A aprovação sempre chega pra quem quer de verdade. 

Às vezes, a gente nem acredita na gente. O nosso colega, mesmo tirando uma nota um pouco mais baixa que a nossa, parece que tem mais chances de passar do que a gente. Sabe aquele povo que sai no quadro de honra do cursinho? Pois é, a gente tem mania de considerá-los semi-deuses, quando, na realidade, eles são estudantes normais, a única diferença é que dessa vez eles conseguiram se destacar, mas todo mundo é capaz de se destacar. Não se intimide pelos que são considerados os "bichões", nem subestime os que possuem mais dificuldades, pois a vida é uma verdadeira caixinha de surpresas.

Eu só digo uma coisa: o seu maior concorrente é você mesmo. O que você precisa é:
1. Ter um horário para começar a estudar e um mínimo para acabar;
2. Estudar em um ambiente fixo e tranquilo;
3. Estabelecer metas do dia e da semana (faça isso numa agenda ou numa folha de papel mesmo);
4. Ter disciplina;
5. Não esquecer que você ainda continua sendo um ser humano e também tem direito a diversão (mas não exageradamente. Não existe essa história de que vestibulando de Medicina não se diverte.);
6. Não vire noites (Acredite, isso nunca vai ser saudável).

Por que eu estou falando tudo isso? Porque eu já vivi tudo isso e sei como é difícil! As pessoas, às vezes, não sabem como ajudar os vestibulandos de Medicina e acabam só piorando a situação. Por isso eu digo: você, que vai tentar de novo e que quer passar, está CERTÍSSIMO! Vira a página, bola pra frente que esse ano vai dar certo! Você vai ver, daqui a alguns anos, na sua formatura em Medicina, você vai agradecer a Deus por não ter desistido, mesmo diante de tantas dificuldades! Um profissional maduro, esforçado, dedicado. Esse é seu futuro.

2014 é um novo ano e, se Deus quiser, da vitória! Sucesso! :)

Texto dedicado ao meu querido boyfriend lindo. Te amo!

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

E no consultório do ginecologista...

Antes de tudo, toda adolescente e mulher que se cuida, vai a(o) ginecologista cuidar da sua saúde íntima (não necessariamente a sexual). 

Lembro que, no ano passado, eu estava esperando a minha vez no consultório, e, enquanto esperava, folheava algumas revistas de fofocas. Quando fui trocar de revista, me deparei com alguns folhetos sobre a saúde da mulher. O primeiro deles falava que a mulher só menstruava hoje em dia se quisesse.

Confesso que acho isso meio estranho. Isso é possível, claro, mas, pelo menos para mim, é estranho. Não que eu ache legal esse ciclo menstrual ocorrendo todo mês; mas tenho a sensação de que se eu optasse por esse "caminho", teria medo de que isso ocultasse alguma coisa séria. Mas isso tudo é neura minha. Lembro também que havia até mesmo umas questões perguntando as opções mais agradáveis para as mulheres sobre menstruar ou não.

Também reparei que havia outro folheto falando sobre métodos anticoncepcionais e outro sobre a vacina do HPV. Aliás, pra quem não sabe, a vacina contra o papiloma vírus vai ser disponibilizada pelo SUS, mas apenas para meninas crianças/pré-adolescentes. Motivo? Os jovens brasileiros iniciam a vida sexual muito cedo, e a vacina não causaria o efeito desejado se fosse injetada em uma pessoa com vida sexual ativa que já teve contato com o vírus. 

Mas, enfim, todos esses folhetos me levaram a realizar várias reflexões.

A primeira delas é que, se no consultório ginecológico, as informações necessárias para a mulher garantir sua saúde íntima e sexual são fornecidas, por que elas aparentemente não estão de cuidando? A minha resposta para essa pergunta é que elas não vão ao ginecologista.

Mas, mesmo assim, isso não é motivo para uma mulher ter vários filhos mesmo sem ter condições de criá-los ou adquirir doenças sexualmente transmissíveis. A informação não se encontra apenas no consultório médico. A internet, amplamente acessada por pessoas de todas as classes sociais, possui todas as informações apropriadas para a mulher se cuidar. Os postos de saúde dão até camisinhas para quem não possui condições de comprá-las.

Resumindo: só não se cuida a mulher que não quer. Quem tem vários filhos mesmo sem condições de criar tem mesmo sabendo que poderia não ter. Quem contrai DST's só contrai porque não quer ir atrás de informações ou métodos anticoncepcionais.

Não basta apenas informação e ajuda do Governo, é preciso que cada um faça sua parte.

Medicina UFC Fortaleza T114

Nunca imaginei que isso fosse acontecer comigo.

Eu já estava cursando Medicina na Universidade de Fortaleza. Já havia saído do cursinho. Eu simplesmente adorei fazer parte do curso de Medicina da UNIFOR  e estava muito feliz, afinal, lá, as pessoas são muito legais e as infraestrutura é sem igual. Eu estava (e ainda estou) feliz.

Mesmo assim, resolvi fazer os vestibulares nos quais havia feito minha inscrição pela última vez, afinal, não custava nada tentar só mais uma vez, correto? Então lá fui eu, fiz o ENEM na calma. Foi cansativo como sempre, porque sempre desgasta a gente aquelas provas gigantescas, mas não foi tão cansativo como o primeiro ENEM que eu fiz, em 2010.

Fiz também o vestibular da UECE. Não passei pra segunda fase por causa de UMA questão. Só não foi traumatizante porque eu já estava cursando o que eu queria. E pronto! Acabou a jornada dos vestibulares!

Mas... no começo do mês, tudo mudou.

A nota do ENEM saiu, e eu tomei um grande (GRANDE!) susto! Não esperava tirar 806,42! Então comecei a ficar ansiosa pelo SISU... Não fiz minha matrícula na UNIFOR. No final das contas, deu certo: fiquei na posição 30º de 80 vagas! Minhas aulas começam dia 10 de Fevereiro e eu já estou super ansiosa para começar a estudar na Famed UFC e fazer vários cursos etc, etc, etc.

Por mais clichê que isso pareça, minha mensagem é: nunca desista dos seus sonhos! Eu consegui ser aprovada na epóca em que eu menos acreditava que ia dar certo. Pois, como as vagas da UFC para a ampla concorrência diminuíram 50%, eu tinha um certo receio. Mas eu concluí que quando uma coisa tem que ser sua, ninguém tira! Sério, também parece bem clichê, mas é a pura realidade!

Estou muito feliz. Tenho muitas expectativas, da mesma forma que também tinha na UNIFOR. A vida é realmente uma caixinha de surpresas, a gente nunca sabe o que está por vir! Por isso... se joga! Corra atrás dos seus sonhos que ninguém irá fazer isso por você!

domingo, 19 de janeiro de 2014

Os cachorrinhos.

Meu namorado falou algumas coisas pra mim que fizeram um grande sentido na minha cabeça.

Unhas grandes? Olhos sem pelos ao redor? Magreza? Perda de pelo? Falta de apetite? É, pode ser que o seu cachorro tenha calazar. Pode ser que seu cachorro precise ser sacrificado. Mas, existe vacina pra calazar! O governo faz campanhas todo ano e, além disso, no meio particular a vacina custa cem reais. O Estado se preocupa com a saudade do cidadão, afinal, o cidadão vota, né?

Comportamento estranho ou mesmo agressivo? Baba em espuma? Isolamento? É, é possível que o seu animal tenha contraído raiva. A raiva é perigosa! Ela passa para os humanos, por meio da mordida do animal infectado, e, se as injeções necessárias não forem feitas antes que o agente patogênico alcance o cérebro, a pessoa morre. A raiva é 100% letal em humanos. Mas, existe sim vacina para raiva. O governo faz campanhas. O cachorro fica protegido, seu dono também. Seu dono vota.

Magreza? Falta de apetite? Tremores? Mioclonias? Falta de coordenação motora? Grunhidos? É, talvez seu animalzinho tenha contraído cinomose. A cinomose é uma zoonose causada por um certo vírus. Ela afeta principalmente filhotes e, quando não mata, deixa sequelas graves. Se não tratada logo no início, mínimas serão as chances de seu animal sobreviver. A cinomose não afeta humanos. E seu cachorro não vota.

Já quase no final do ano de 2013, peguei uma cachorrinha pra criar, pois seus donos não tinham condições e ela não estava recebendo os cuidados necessários. Mas, aparentemente, ela já chegou doente. Hoje, 19/01/2014, ela precisou ser sacrificada. Motivo? Cinomose. Minha família e eu fizemos de tudo para que ela ficasse boa, afinal, ela já havia virado uma integrante muito amada da família. Já nos seus últimos dias aqui em casa, ela passou a apresentar mioclonias nas quatro patas, falta de coordenação motora, feridas, etc.

Já imaginou sua cadelinha tentar andar e cair? Já pensou sua cadelinha não conseguir mais mastigar a comida, apenas lamber? Pois é, eu levantava ela toda vez que ela caia. A gente passava a comida dela no processador e dava na boquinha dela. Água? Só se fosse na seringa! E na hora de dormir? Caminha fofinha, lençol, curativos nas patinhas (já machucadas e vermelhas de tantas contrações musculares ininterruptas!). Ah, e MUITO carinho! Muito amor todo dia e o dia todo! Mas nada a fazia parar de chorar.

Foi feito exame de medula, foram dados remédios para cuidar do cérebro, do apetite e até mesmo medicamentos para dormir. Internamento no veterinário, comida triturada. Tratamento trabalhoso, doloroso, demorado, desgastante e caro. Nós e o veterinário fizemos de tudo, mas, mesmo assim, não deu certo. Tentamos. 

Isso tudo me dói muito. Cansei de dizer pra ela que eu a amava, cansei de imaginá-la aqui em casa saudável de novo! Queria mais uma oportunidade de brincar com ela, dar banho na pia, vê-la na casinha, vê-la deitada na área com a Preta e a Biboca. Mas também cansei de vê-la sofrendo, afinal, ela era apenas uma "criança".

Mas, mesmo com tudo isso tendo acontecido, fico muito feliz por ter tido a oportunidade de cuidar de uma cadelinha tão especial, linda, divertida, brincalhona e feliz. Nada no mundo apaga isso, nada. Nunca vou esquecer o pelinho brilhoso da minha Duca. Ainda lembro quando ela chegou: meus pais foram me buscar na faculdade e quando eu entrei, minha mãe tinha uma mochila aberta no colo. Eu perguntei o que tinha ali dentro e ela levantou um pouco e eu vi uma cachorrinha pretinha muito linda com um olhar de medo e de curiosidade ao mesmo tempo. Foi amor a primeira vista. Uma cachorrinha que a gente ia doar, mas o destino fez ela ficar aqui em casa, recebendo muito amor. Ela quase foi embora, fiquei muito triste, mas a pessoa que a adotou a devolveu no mesmo dia. Achei maravilhoso! Rs.

Pense, numa bebê faminta, comia de tudo e tudo o que tinha! Rs. E também não gostava muito de tomar banho não, mas adorava um carinho na cabeça. E esse carinho nunca acabou. Os olhinhos lindos deixavam qualquer um besta! Eu simplesmente deixava de estudar um pouco pra ir fazer carinho nela. 

E, agora me diz, se a cinomose afetasse os humanos, tanto cachorrinho ia morrer por causa dela? Pois é, acho que não. Humano vota.

Te amo, Duca! :)


sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

É diferente!

Há quem diga que quem faz Medicina não pode se sentir mal psicologicamente mal ao ver cadáveres. Risos.

Eu penso em fazer residência na área de cirurgia geral, mas ainda não é certeza; afinal, agora que terminei o primeiro semestre de Medicina e tenho certeza que ainda irei ver bastante áreas interessantes desse curso tão bonito. A anatomia é uma área muito linda. Ir ao laboratório morfofuncional e estudar as partes do corpo humano é muito interessante e estimulante. Aliás, acho muito corajosa e admirável uma pessoa que doa seu corpo à ciência.

Por outro lado, lamento a exposição animalizada e triste da violência nas grandes cidades por meio de cidadãos mortos de forma banal. Pessoas se matando todos os dias, normal. Tráfico de drogas, furtos, assaltos, estupros, mortes. Indivíduos são mortos em calçadas, restaurantes; não há um lugar definido. Além disso, é nessa situação banalizada em que atuam os programas policiais. 

Nesses tais programas, as pessoas que perdem suas vidas são expostas de uma forma que nos dão a sensação que ser morto por uma causa não natural é normal. Os corpos banhados em sangue em calçadas e ruas são mostrados explicitamente, pois a imagem embaçada que eles colocam por cima não é suficiente para que nós não percebamos o que há ali por trás. Só o contraste do sangue com o cadáver e o ambiente já denuncia uma cena brutal. Também vale ressaltar que as próprias pessoas banalizam a morte: enquanto as "reportagens" fazem o seu trabalho animalesco, as pessoas fazem gestos e sorriem para as câmeras da memissora que faz a cobertura do ocorrido. Sangue, corpos maltratados e desgastados. Muito e muitos.

Mas, voltando à questão apresentada na primeira linha do texto, eu acredito que não necessariamente um estudante de Medicina precise aguentar todas as situações a que lhe são expostas, pelo menos psicologicamente.

O cadáver deve ser respeitado. O ser humano é uma obra divina, é um dos animais mais adaptados, aliás, é o mais adaptado à Terra (de acordo com minhas conclusões darwinianas). Ver uma pessoa morta e exposta de forma animalizada deixa qualquer um (eu acredito) triste, sem fé na humanidade, me entende? Eu vejo cadáveres quase ou mesmo diariamente na minha faculdade e não me sinto mal, pelo contrário, me sinto privilegiada por ter a oportunidade de estudar algo tão belo. Porém, eu simplesmente não consigo assistir a programas policiais e não me sentir mal.

Ver um paciente na sala de cirurgia, cuidar do seu corpo e da sua saúde por meio de um bisturi; ter todos os utensílios necessários e preparos para tal evento, bem como uma equipe treinada é totalmente diferente de sofrer o impacto de uma pessoa vítima de uma morte banal e de uma população sedenta por sangue.

E assim caminha a humanidade...


Metamorfoseando.

Ainda durante essa semana de agora, compartilhei uma determinada imagem no meu Facebook que continha essa frase: "Não haverá borboletas se a vida não passar por longas e silenciosas metamorfoses".

A cada dia que passa me descubro mais. Sei que sou eu mesma desde que nasci, isso é lógico. Não existem passagens explícitas entre a infância e a adolescência nem entre a juventude e a vida adulta. Mas, existem pequenas mudanças que acontecem e que, na maioria das vezes, passam despercebidas.

Muita coisa mudou em mim. Não consigo perceber essas transformações enquanto elas estão acontecendo na maioria das vezes.

Pode parecer besteira, mas, eu amava carne vermelha. Amava quando meu pai fazia churrasco aos Domingos. Hoje, já não gosto mais (da carne vermelha!); só como quando o tal alimento é a última ou única opção. Fora isso, várias coisas aconteceram, acontecem e acontecerão!

Eu, que já pensei em fazer publicidade, jornalismo, moda... faço Medicina. E tenho certeza que essa foi a escolha certa, não me imagino em outra profissão. Já tive muitas dúvidas em relação ao que queria ser, mas hoje eu sei o que quero ser e já estou encaminhada.

Nos últimos anos, passei por momentos difíceis. Desde desilusões no mundo do vestibular até perder um ente MUITO querido. A vida não é fácil, crescer é complexo. Mas é lindo. É como se nós fossemos uma plantinha, que pra crescer bem, precisa ser regada, ser iluminada pelo sol e ter os elementos básicos para sobreviver no seu solo. Tudo só acontece de uma maneira boa, se você trilhar da melhor forma possível: a que lhe faz bem e não machuca os outros.

A vida é isso: uma dança de mudanças. Precisamos saber dançar