quinta-feira, 11 de julho de 2013

Fortaleza, diversão, cultura, patrimônios, descaso.

Eu amo minha cidade, mesmo diante de tanta insegurança e violência. Confesso que morar em Fortaleza não tem sido tão fácil nos últimos anos: quem anda pelas ruas da capital percebe logo as gravíssimas disparidades sociais existentes nelas.

Além dessa questão relacionada às diferenças sociais e à falta de segurança, é notório que a cidade carece de recursos culturais significativos que promovam o enriquecimento intelectual e que proporcione diversão às pessoas.

A maioria das atividades que envolvem os jovens na capital envolvem boates, restaurantes e afins. Não condeno, eu mesma acho lega. O problema, porém, é que quase não há tipos de diversão e  de outros programas que envolvam aspectos culturais. Nas redondezas do Dragão do Mar, por exemplo, os ateliês foram gradualmente "engolidos" pelas casas noturnas, além da especulação imobiliária no local. À noite, na Praia de Iracema, a prostituição e o tráfico de drogas "tomam corpo" e, de certa forma, impedem a contemplação da paisagem.

Há, em Fortaleza, dessa forma, uma grande desenvolvimento do meio comercial, que favorece o seu progresso econômico. Os museus, as paisagens naturais e os patrimônios históricos, entretanto, não recebem a mesma atenção. Basta analisar a infraestrutura do centro da cidade! Calçadas quebradas, ruas esburacadas, vendedores ambulantes ocupando calçadas e até mesmo ruas em busca de obter seu sustento...

Estudei por quase 3 anos no centro da cidade e posso dizer que a situação do lugar é lastimável. Quando chega a noite, as ruas estão desertas e não há segurança nelas, além da iluminação fraca. Eem Dezembro do ano passado, quando eu saía de uma aula, por volta de 20h, um homem foi morto da Praça do Carmo, próximo ao colégio Ari de Sá Cavalcante da Avenida Duque de Caxias.

Aquelas residências históricas que ficam nas proximidades da Praça do Ferreira encontram-se desgastadas, o Parque das Crianças, embora encontre-se conservado, também carece de segurança. A Praça dos Leões, por exemplo, enfrenta, assim como a Praia de Iracema e o Passeio Público, a questão da prostituição.

O Parque Rio Branco, na Avenida Pontes Vieira, uma área verde destinada ao relaxamento dos cidadãos também merece maior atenção das autoridades. Os frequentadores do local queixam-se da falta de segurança, do vandalismo e da falta de cuidados do Estado.

Enfim, citei apenas alguns dos fatos relevantes que acontecem em Fortaleza. É preciso que o Governo tome providências que melhorem a cidade como um todo.

domingo, 7 de julho de 2013

Fortaleza: uma cidade (SOMENTE) de gente rica!

Sinto-me incomodada. A cidade em que nasci (e onde moro), Fortaleza, é uma terra de contrastes. A mídia parece se importar apenas com os bairros nobres da capital cearense. Eu moro em uma parte da cidade onde vive gente normal. Claro que sempre há pessoas ricas e/ou pessoas pobres ao redor, já que, como eu falei, Fortaleza é uma terra de contrastes... mas meu bairro é simples, normal.

O problema é que Fortaleza sofre, atualmente, um quadro de violência gravíssimo em toda dua extensão. A outra questão é que apenas os crimes que ocorrem na Aldeota, no Meireles, na Varjota, na Praia de Iracema, no Dionísio Torres são realmente levados em consideração, além do fato de a polícia desses bairros ser a mais qualificada. Os crimes ocorridos na periferia não ganham tanto destaque midiático (se ganham, é de uma forma tão banalizada, tão animalizada que nos dão uma sensação de coisificação, um sentimento meio naturalista mesmo).

Além disso, essas disparidades também podem ser percebidas nas infraestruturas de cada região da cidade. Repare nas instalações da Aldeota e as compare com as de Messejana. Enquanto as ruas da Aldeota estão sempre iluminadas, a maioria limpas, nas proximidades do terminal da Messejana encontramos ruas escuras, cheias de buracos no asfalto. Até o próprio Centro da  Cidade encontra-se deteriorado. A quantidade de vendedores ambulantes nas calçadas e até mesmo na rua, por exemplo, impedem o trânsito de veículos e a movimentação de pedestres. 

Não culpo esses comerciantes, o subemprego a que eles se sujeitam é uma consequência das sérias diferenças sociais do nosso país. A concentração de renda e a de terras impedem que essas pessoas consigam ter uma vida digna. O próprio Estado não oferece serviços públicos de qualidade a sua população. Lembro que, ainda no primeiro semestre desse ano de 2013,  o Posto de Saúde Irmã Hercília, no São João do Tauape, não possuía soro fisiológico nem alguns dos remédios mais prescritos pelos médicos à população, como os destinados à hipertensão arterial. Nem todos têm acesso a um plano de saúde, como os cidadãos carentes de recursos financeiros irão conseguir se manter saudáveis?

No Conjunto Sítio São João, no Jangurussu, existe uma estação da CAGECE que há ANOS é caracterizada por um odor insuportável. Além disso, as ruas do conjunto são MUITO escuras. Além disso, a obra de duplicação de pista da Avenida Val Paraíso, esteve estagnada também durante anos, só sendo retomada próximo da última temporada de eleições. Tento me perguntar o porquê disso, rs.
Nem preciso falar do Conjunto Palmeiras, que também é próximo ao conjunto citado anteriormente. Esse eu não conheço muito bem, mas também sei que, assim como grande parte dos outros bairros da capital, sofre com os danos em sua infraestrutua, com a violência e suas consequências.

Na Comunidade do Lagamar, existem alguns pontos positivos que eu posso ressaltar. O acompanhamento e tratamento de saúde proporcionado pelo PSF (Programa de Saúde da Família) tem ajudado muitas famílias. Doenças de todos os tipos (desde gripes comuns até tuberculose, AIDS e afins) têm recebido a atenção dos profissionais tanto do posto de saúde Irmã Hercília como do posto Júlio Ventura. Embora esse trabalho seja BASTANTE prejudicado pela violência e pelo tráfico de drogas do local, que ganharam uma dimensão preocupante, considero essa assistência médica um grande passo para a melhoria de vida da população.

Confesso, ainda, que, da última vez que visitei o bairro Canindezinho, fiquei impressionada com o descaso da prefeitura com o lugar. Ruas mal cuidadas, mal sinalizadas, com diversos buracos e rodeadas de casas humildes com moradores que NÃO merecem viver em condições tão precárias!
No montese, o trânsito é caótico além da poluição sonora causada pelos aviões que saem do Aeroporto Internacional Pinto Martins. Tenho alguns parentes que moram lá e eles me falaram, também, que já não podem nem ficar conversando até tarde na rua por causa dos constantes assaltos e furtos que têm acontecido no local.

E, inclusive, quem não ficou sabendo da morte do maquiador Igor Barbosa há pouco tempo na Praia de Iracema? Conheço a irmã da vítima e o do pouco que sei sobre a sua família, posso dizer que ela é formada por pessoas muito decentes e que não mereciam tal perda, tal desrespeito, tal dor. A violência tomou conta da cidade.

Ontem um policial foi morto na porta de casa no bairro Joaquim Távora. Em Setembro no ano passado, um homem foi morto na minha rua. No mês passado, presenciei um assalto próximo ao Hopital Regional da Unimed. Um subtenente da PM foi morto em uma borracharia na Rui Barbosa. Turistas foram assaltados por um grupo de ladrões da Praia do Furuto. ETC...

O problema é que os crimes só são ressaltados quando ocorrem em bairros nobres, quando alguém "importante" foi afetado ou quando foi muito brutal.

Os cidadãos de TODA a cidade de Fortaleza saem para trabalhar, estudar, se divertir com medo, inseguros, pois não sabem se voltarão bem para casa. Infelizmente a cidade vivencia uma situação lamentável relacionada a segurança. Enquanto a parte rica da cidade tem o policiamento reforçado, a periferia sofre, é esquecida pelas autoridades. O cidadão de bem, consequentemente, também.