sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

As pegadas



Nesta última semana do ano - e mais uma semana de férias, diga-se de passagem - aproveitei pra fazer algo que eu sempre gosto de fazer: pedalar na beira mar e depois sentar na areia e observar o mar. Quanta riqueza podemos observar... Vi uma senhora passeando com seus dois cachorros: um grande e outro bem pequeno, esse último, inclusive veio correndo até mim e lambeu meu rosto. Também vi uma criança muito feliz ao tomar banho nas ondas do mar. Vi também uma mulher correndo na areia úmida, deixando pegadas onde pisava. E, por mais simples que isso seja - e corriqueiro - comecei a refletir...

Cada um deixa suas próprias pegadas na areia.

Algumas pessoas têm os pés maiores e outras pés menores, alguns são pés gordinhos e outros têm pés finos; outros pés são ásperos, calejados... já outras pessoas possuem pés macios... além disso, as impressões digitais são diferentes... Em suma, cada pessoa tem pés cujas características dizem respeito a essa mesma pessoa.

Começamos nossas pegadas na praia da vida quando nascemos e durante a nossa vida vamos formando mais pegadas, aumentando nosso caminho... A marca do pé pode até ser diferente (pois crescemos, por exemplo), podemos mudar a direção... Nosso caminho é.. nosso.

A vida é muito. Podemos ter família e amigos, podemos comer aquele pedaço de pizza do sabor que amamos, podemos assistir nossa série de televisão preferida (oi, Netflix), podemos fazer uma faculdade, podemos ter um emprego e ganhar nosso próprio dinheiro... A vida tá aí e a cada novo dia sempre precisamos tomar decisões, aumentamos ainda mais nossas pegadas e vamos aumentando nosso caminho.

Vai chegar um momento em que o mar simplesmente virá e apagará as pegadas. E simplesmente nosso caminho desaparecerá: morreremos.
Estou lendo um livro sobre a morte e, mesmo ainda tendo lido apenas umas 50 e poucas páginas, achei interessante muitas coisas que li. Por exemplo, o livro cita que, no inconsciente de nossas mentes, somos imortais. Conseguimos aceitar a morte do outro, mesmo sendo alguém próximo (o que, com certeza, é MUITO doloroso, mas... conseguimos aceitar, mesmo que parcialmente), mas não conseguimos aceitar a nossa morte. E isso ainda tem influência da Medicina e da própria sociedade, que tratam a morte como fracasso e inimiga, respectivamente. Não conversamos sobre a morte. Conversar sobre a morte traz azar, é algo desnecessário, é algo que deve ser deixado para a hora em que acontecer... ou não. Por que a morte é tão traumática? Talvez ela fosse menos traumática se nos propuséssemos a falar mais sobre ela, sofreríamos menos.

E o mar apagou as pegadas da mulher alguns segundos depois que ela passou correndo...

Nós somos breves. No fundo, pensamos que somos imortais, mas não somos.

Mais um ano se acaba. Mais um ciclo se inicia. E mais oportunidades virão para criarmos mais pegadas e aumentarmos nosso caminho.

O mar virá algum dia e apagará nossas pegadas? Sim, claro, essa é a única certeza absoluta que temos na vida. Mas estamos vivos e, enquanto houver areia úmida para formar pegadas, vamos aumentando nosso caminho.

A vida é realmente bela e um presente. E é uma raridade, sabe por quê? Até no momento da fecundação apenas um espermatozóide e um óvulo são usados, pensa bem em quantas possibilidades de vida (porque só gameta não é vida né) simplesmente viraram passado? Eu sei que essa parte ficou bem a cara de livro de autoajuda, mas não deixa de ser verdade.

A vida nos prega peças e surpresas, mas são coisas que não podemos prever.

Mas há uma coisa que podemos fazer: viver!

Venha 2017 e traga coisas boas, energia boa, uma vida boa.

Feliz ano novo! (Eu sei, falta 1 dia ainda, mas quero desejar logo!) :)

P.S. Essa foto dessa pessoa na praia sou eu no meu habitat natural: Canoa Quebrada! :)

quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

A vela


Hoje foi mais um dia normal pra mim. Fui pra faculdade, assisti às aulas, voltei pra casa. Hoje foi apenas mais um dia normal pra mim. Mas, como eu falei: pra mim.

Enquanto caminhava pela faculdade (a minha faculdade tem muitos departamentos espalhados, logo, é bem grande), ao passar perto de um determinado departamento, vi um carro de uma funerária parado (provavelmente esperando algum corpo - de alguém que já fora vivo(a), como eu e como você que está lendo esse texto agora). Fiquei pensando: hoje pra mim é um dia normal, mas para essa pessoa, não há mais dia, e, para a sua família e amigos, hoje não é um dia normal nem um dia feliz.

Passei por essa sensação de perder alguém especial há menos de um mês e fiquei pensando: Nossa, essa pessoa está passando pelo que eu passei. É como se fôssemos televisões: hoje, na minha Tv, passou a programação habitual, mas para aquela pessoa não. Para ela a programação de hoje foi totalmente fora do habitual, fora do padrão. E, sinceramente, o habitual é o que mais faz falta. Quando você perde alguém, o que mais faz falta são os dias... comuns! Sim, o que mais faz falta é a rotina. O que mais faz falta é chegar em casa e não ter aquela pessoa lá, é acordar de manhã e saber que aquela pessoa não está mais aqui.

Somos todos uma chama de vela: não importa o tamanho da vela (comprida ou bem curtinha, com a parafina quase no final), a chama pode se apagar em qualquer momento. Temos a sensação de que temos controle sobre tudo, quando, na realidade, não temos controle sobre nada.

Na minha Tv hoje, a programação foi normal. Mas existem milhões de Tvs por aí com suas milhões de programações.

Mesmo assim, diante de programações diferentes, por que não tentamos ser empáticos? Mesmo com a programação normal em nossa Tv, por que não podemos amparar aquela pessoa em cuja Tv a programação mudou radicalmente?

Fui ao banco e duas pessoas se desentenderam por uma tremenda besteira que não vem ao caso: de que adianta se preocupar por tão pouco? Por besteira? No final do dia, ao refletirmos, esses atos fazem apenas mal. É isso que queremos lembrar enquanto a chama está acesa? É isso que queremos que nossa chama ilumine?

Uma - infeliz - coincidência aconteceu: uma pessoa da minha família partiu desse mundo hoje ao final do dia. E eu fiquei pensando: poxa, nós sempre acreditamos que nosso dia está longe (não só o nosso, como o das pessoas que amamos também) e acabamos não valorizando nossa vida, nossa rotina, nosso cotidiano, nossas pessoas queridas... E nossa chama está acesa! Nossa Tv ainda está funcionando! Mas não será para sempre, óbvio. Nunca saberemos até quando. O que sabemos é que somos finitos...

O que eu queria dizer com isso tudo? A morte existe e a morte é a certeza absoluta que temos. Mas a vida tá acontecendo, a vida é agora. Precisamos dar amor, precisamos receber amor, PRECISAMOS DE AMOR. O mundo tá sofrendo uma epidemia de depressão! As pessoas estão reféns das tecnologias, as pessoas preferem fazer um "textão" de agradecimento no Facebook do que falar o textão pessoalmente pra pessoa.

Vamos acordar, mundo! Vamos continuar usando as tecnologias, continuar usufruindo das novidades... mas, também vamos espalhar o amor enquanto estamos vivos e disseminar essa ideia. E aí, o que vc me diz?

domingo, 20 de novembro de 2016

O que fazer quando tudo parece perdido?

Nesses meus 20 e poucos anos de experiência de vida, posso dizer que aprendi algumas coisas. Uma delas é a de que, mesmo diante do pior dia da sua vida, você sobrevive, pois, ainda estamos aqui, não é mesmo? É claro que existem diversas coisas, fatos, acontecimentos que nos fazem sofrer... sendo difícil muitas vezes tentar ser feliz. Mas não é impossível.

O segredo de tudo é descobrir-se. Nós temos a sensação ou a (falsa) certeza de que conhecemos a nós mesmos, mas isso não é verdade. Quantas vezes bancamos o durão e quando chega na hora "H" simplesmente começamos a chorar? Não nos conhecemos.

Mas podemos nos conhecer a cada dia!

O segredo é simplesmente colecionar experiências... e não coisas! Se tem uma coisa que eu descobri nos últimos anos é o de como a praia me acalma. E eu simplesmente não sabia disso. E, obviamente, eu sou eu. Então, realmente, além de tentarmos manter a cabeça erguida nesse "mundo cão" devemos olhar para o nosso interior (mas, claro, não estou dizendo para ninguém ser egoísta e olhar apenas para o próprio umbigo). Apenas descobrir-se.

Nessa terra há de tudo e sempre vai haver algo com o qual iremos nos identificar, o segredo é se permitir a se descobrir.

sexta-feira, 11 de novembro de 2016

Indefinido

Estou assim agora
Para onde foi tudo?
O vento leva o que eu pensei
O agora é tudo tão estranho

O caminho a seguir não é o mesmo de antes
Tudo muda a forma e já não reconheço nada
Essa angústia que não sai
Esse pensamento que atormenta

Sentimentos que não aparecem
O não mudar das coisas
O esforço em vão
O reconhecimento inexistente

As promessas não cumpridas
A indecisão da vida
A música triste
Os acordes menores

O dedilhado solitário
As oitavas graves
A batida lenta
Não tem chocalho

A televisão passa paisagens monocromáticas
O som do carro sempre toca as mesmas músicas
O caderno colorido resiste a tanta unipolaridade
Mas tudo parece ser tão difícil de vencer

As pessoas tem uma ideia de quem você é
Mas nem você sabe quem você é
Ser você é ser um mistério pra si mesmo
Impossível decifrar o que se é

Mariana Cidade - 11/11/2016

quinta-feira, 10 de novembro de 2016

O sentido da vida

Eu perdi alguém hoje.

Eu perdi alguém importante.

Perder alguém importante em sua vida é ter um pedacinho do seu coração levado embora (e você sabe que nunca mais vai achar esse pedacinho). Claro que você vai conseguir viver sem ele, mas... não é a mesma coisa.

Às vezes eu penso: perder alguém que se ama é triste demais. Por que as pessoas morrem? Mas... no fundo, se estamos tristes, se sentimos a falta do outro... é porque aquela pessoa faz falta, é porque aquela pessoa te fez feliz enquanto viva, é porque aquela pessoa deixou sua vida melhor! É triste a partida de alguém importante, mas também é feliz saber que tivemos a oportunidade de conviver com uma pessoa que nos fez.. melhores!

A vida é um ciclo: nascemos, crescemos e morremos (alguns mal nascem e já morrem, outros nascem e só morrem bem velhinhos). Realmente, a morte é a única certeza. Somos finitos. Há dias em que nós levamos isso para um lado depressivo, sempre tem esses dias tristes... mas, se formos parar pra pensar, estamos vivos! E devemos aproveitar a vida enquanto estamos vivos... Mas aproveitar sendo realmente feliz!

Uma vez li um texto que falava: "Gaste seu dinheiro com experiências e não com coisas" e... sinceramente?! Que texto maravilhoso! Eu, que sempre gostava de viver comprando coisas que muitas vezes nem usava, comecei a gastar meu dinheiro (suado, ufa!) com viagens e, simplesmente... que coisa boa!

A vida é só uma, e... na minha opinião, a gente tem que curtir esse mundo ao lado das pessoas que amamos! Ontem eu tinha 10 anos, hoje já tenho mais de 20. Minha cabeça é a mesma, só meu corpo que mudou. Isso é tão estranho. Mas é a vida né?!

Só sei que o que nós todos - TODOS - precisamos fazer é viver sem ter vergonha de ser feliz, cantar a beleza de ser um eterno aprendiz e, já diria Renato Russo, amar as pessoas como se não houvesse amanhã! Não é preciso religião pra isso, basta... amar. :)

segunda-feira, 15 de agosto de 2016

Libertando a atleta presa

Ok, o título foi um pouco (muito!) exagerado, mas, enfim...
Nos últimos dias resolvi virar usuária do sistema de bicicletas compartilhadas aqui da minha cidade, pois fazia muito tempo que eu queria voltar a andar de bicicleta mas não me sentia motivada. Nos últimos anos, entretanto, o prefeito mandou fazer várias ciclofaixas e ciclovias e instituiu o sistemas de bicicletas compartilhadas... Logo, já que surgiram condições favoráveis pra voltar a pedalar, resolvi tentar!

Fiz o cadastro e "meti as cara" e... não é que deu certo?! Estou viciada em andar de bike e não só isso, quero aprender outras coisas também. Quero jogar vôlei novamente, basquete e até aprender a surfar! Sei que agora não vai dar tempo porque minhas férias praticamente acabaram, mas são coisas que vou fazer e em um futuro bem próximo.

E o mais engraçado de tudo é que coincidiu com as Olimpíadas... Talvez isso até tenha me influenciado um pouco, não sei. O fato é que eu estou amando praticar atividade física. Tô achando pedalar até mais legal que patinar (mas os dois são bons).

E o quanto faz bem à saúde praticar atividade física. A prática de atividade física aeróbica no mínimo 150 minutos semanais (nunca passando mais de 2 dias sem fazer exercício) já ajuda a melhorar sua saúde. Claro que algumas pessoas devem ter restrições, como pessoas com hipertensão, insuficiência cardíaca você não vai recomendar atividades físicas de intensidade importante, claro que não. Mas uma caminhada já pode ser algo. O importante é jogar o sedentarismo fora.

E como faz bem associar atividade física a uma alimentação saudável! Deixa a pessoa mais disposta, muda tudo! Até a pele! Além de aumental o colesterol bom HDL, diminuir o tecido gorduroso corporal, fortalecer os músculos, melhorar a respiração... só coisa boa! Além disso, o exercício aeróbico, por exemplo nos atletas, faz com que o coração aumente de tamanho mas ao mesmo tempo também tenha seus vasos sanguíneos aumentados em número, melhorando a perfusão sanguínea no órgão.

Resumindo: levante-se e se exercite! :)

quinta-feira, 4 de agosto de 2016

Aquela sensação boa que o reconhecimento causa na gente!

Bem, na maioria das vezes, nós trabalhamos, nos matamos de estudar e temos a sensação de que aquilo não adiantou de nada e que foi apenas tempo perdido. Aquelas noites mal dormidas, aquele dia em que você almoçou biscoito, aquela semana em que você não tinha nem tempo de colocar um brinco pequeno pra ir pra faculdade e nem de tomar café-da-manhã direito. Bem, isso tudo é muito estressante. Mas, no final, compensa.

Pra mim, a faculdade é um desafio. Desafio porque todo dia é um 7x1 diferente (rsrsrs). Brincadeiras a parte, o ambiente universitário exige muito (de quem realmente quer ser um bom profissional, porque se você quiser levar a faculdade "nas coxa" também dá certo) e isso desgasta a gente. E é inevitável pensar se tudo o que você está fazendo realmente vai ser recompensado ou reconhecido por alguém.

Acontece que, nos últimos meses, tenho notado reconhecimento por parte de alguns de meus professores e isso me deixo muito feliz, pois tenho a sensação de que estou no caminho certo para ser uma boa profissional, que é o que eu mais quero.

Quero atender e tratar vários pacientes, tenham eles peleumonia, gastura, frieira, bicheira... não tem problema com nada disso e, pelo contrário, todo dia aprendo com os meus pacientes que chegam ao ambulatório do hospital universitário. E o reconhecimento deles é ainda mais importante pra mim.

Que essa vontade de ser uma boa profissional nunca saia de mim, pois por aí, infelizmente, muitos médicos esqueceram do que deveriam estar fazendo: lidando com seres humanos.

terça-feira, 2 de agosto de 2016

A geração dos que não se importam.


Não sei se foi minha criação, não sei se é uma coisa minha, não sei o que é, mas sei que eu me importo muito com tudo e com todos. O que acontece é que, nos últimos anos, as pessoas simplesmente passaram a achar que não se importar é uma nova forma de se relacionar, uma nova forma de ser.

Uma pessoa manda uma mensagem no WhatsApp e a outra demora pra responder, aí como a pessoa que você mandou a resposta demorou pra responder, você demora mais ainda e por aí vai. Um ciclo vicioso de (fingir) não se importar com o outro. E aí eu te pergunto: qual a utilidade disso? Demorar a responder só vai causar mais ansiedade, sofrimento, sei lá, só vai fazer a pessoa pensar que você realmente não dá a mínima e... é isso o que você quer?

Por que simplesmente não reponder logo mesmo a pessoa tendo demorado a responder ou não? Por que não escutar aquele áudio gigante que a pessoa gastou tempo gravando e muitas vezes gravou mais de uma vez pra você? Por que fazer cara feia quando a pessoa faz um textão?

As pessoas simplesmente querem as mesmas coisas sempre mas estão fazendo pelo caminho errado. Não é te ignorando ou fazendo de conta que você não existe ou demorando a te responder que eu vou demonstrar o real e imenso valor que você tem pra mim. Pelo visto o mundo realmente está ao contrário, mas, ao contrário da música, as pessoas reparam nisso mas simplesmente continuam na mesma.

Você vê um link de notícia no Facebook dizendo que alguém morreu e os comentários são do tipo "Que pessoa burra...", "Também, quem mandou fazer isso..." etc. As pessoas simplesmente esqueceram do outro, que o outro é um ser humano e merece respeito. Outro absurdo são os comentários da globo.com, parece que o anonimato faz o pior que existe dentro das pessoas emergir na forma de comentário no site.

As pessoas fazem seus textos e poucas pessoas realmente dedicam-se a ler a obra enquanto uma foto de biquíni ganha mais curtidas. Os valores estão invertidos. Claro que pessoas de biquini são bonitas, mas a vida é mais que uma foto no facebook. A vida é se importar com o outro, não só a aparência.

segunda-feira, 11 de julho de 2016

Sobre as decepções dessa vida

A gente planeja tudo
Quem a gente quer por perto
A paisagem que cairia bem
A música de fundo

Tem gente que te promete o mundo
Tem gente que se importa com você
Tem gente que fica com você vendo TV
E tem gente que, simplesmente, não gosta de você

Ser jovem (ou não) é aprender
Ninguém nasce pra sofrer
Mas a gente sempre tem algo do que se arrepender

O pior de tudo é o inesperado
O mais cruel de tudo não é a morte
O pior de tudo é decepcionar-se
O pior de tudo é doar-se. A quem não merece.

E a vida segue
O dia amanhece
E, algum dia, quem sabe, se esquece
Afinal, seguir em frente não é o objetivo?

O ser humano é intrigante
Personagens redondos não existem
Planejar a vida é uma mentira
As coisas acontecem como elas são

A gente tem que se forte
A gente tem que encarar de frente
Ninguém faz isso pela gente
Então pra quê esperar?

Viver é abrir todo dia uma caixinha de surpresas
Quando você pensa que tem controle de tudo
Quando você acha que pode dominar o mundo
O universo te mostra o seu tamanho

Mas a gente tem é que ser forte
Força, foco e fé
Por mais clichê que seja
Há sempre a certeza de mudança


Mariana Cidade - 11/07/2016

sexta-feira, 1 de julho de 2016

Antes da prova

A vida vai
A gente fica aqui vivendo
A gente fica aqui morrendo
Mesmo fingindo estar tudo bem

A noite cai
E bate o medo do futuro
Aquilo que te deixa mais inseguro
Vem de novo ficar com você

A gente vai morrendo
O que eu fiz pra nascer?
Se a gente nasce pra morrer
Não faz sentido viver

E a gente vai crescendo
Ainda tenho muito pra aprender
Minha cabeça vai enlouquecer
Eu não sei o que fazer

E eu vou embora
Não sei mais entender o porquê
Qual o objetivo de viver?
Não sei a resposta de nada

Queria viver pra sempre
Família, amigos, animais
Amar a todos como se fossem iguais
Mas que mundo é esse mesmo?

De que adianta ser rico
De que adianta ser pobre
De que adianta querer ser o mellhor
De que adianta perder tempo

A vida é agora
A vida é uma vela
Quando menos se espera
A chama apaga

Mariana Cidade - 01/07/2016 

sábado, 5 de março de 2016

Os pacientes...

Sabe aquelas situações de desenho animado em que o personagem 1 quer aprender a nadar aí vem o personagem 2 e joga o personagem 1 na água pra ele aprender a nadar sozinho? Bem, foi assim que me senti muitas vezes no meu último semestre na faculdade de Medicina (não o último semestre do curso, mas o último semestre que cursei - o quarto semestre).

Eu, que nunca tinha feito uma anamnese nem exame físico na faculdade, da noite pro dia, precisei começar a fazer. E foi aí que aquela frase já tão clichê "quem faz a faculdade é o aluno" começou a fazer sentido na minha cabeça. Começou a fazer sentido porque simplesmente o que o professor ensinava durantes as aulas não era suficiente e nem compatível com o que ele exigia depois.

Eu percebi que pra conseguir examinar os meus pacientes eu ia ter que ir além e pesquisar desde o início, ou seja, desde como tratar/dialogar com o paciente até a investigação de sua enfermidade. Está tudo interligado. Até mesmo porque você não vai estudar uma doença, você vai estudar o paciente. Além disso, tantos exemplos a não serem seguidos! Tantos professores que se dizem médicos mas não são capazes nem de dar um simples "Bom dia, como vai?" ao paciente. Fico imaginando qual o tipo de médico um profissional desse pretende formar com essa conduta.

Meu contato com os meus primeiro pacientes foi algo muito singular para mim. Foi uma mistura de timidez, medo, curiosidade e vontade de ajudar. Ficava imaginando: "Qual a credibilidade que eu, uma estudante do quarto semestre, vou ter pra fazer uma anamnese e exame físico numa pessoa que está internada com dores, doente?", "Em que eu vou acrescentar?". Em muitos momentos me senti um incômodo, mas não sei se o paciente se sentia incomodado.

Então, no mesmo semestre, com a ajuda de uma professora, eu e um grupo de amigos fizemos um trabalho no qual analisamos a percepção do paciente do hospital universitário sobre os estudantes de medicina visitando-os para fins didáticos. O mais surpreendente foi que... a maioria deles não se incomoda! Acham bom porque sentem que estão ajudando a formar o médicos do futuro.

Só sei que a cada dia que passa fico mais apaixonada pela minha futura profissão e não me vejo fazendo outra coisa. Levo os bons professores como inspiração e os professores ruins eu uso como um modelo para não seguir. Rs.

Medicina, temos uma longa jornada juntas pela frente. ;)

Não faz bem.

É engraçado como o ser humano é um ser complexo.
Um dia desses caí de para-quedas em um vídeo sobre relacionamento no YouTube e fui ler os comentáros. Um do comentários me chamou atenção: uma menina cujo namorado não correspondia às suas expectativas e a tratava mal e, mesmo sabendo conscientemente de tudo isso, ela simplesmente não conseguia terminar o relacionamento. Vendo assim de fora, parece tão simples apenas chegar pro garoto e terminar, não?

Mas, bem, não estou aqui para falar sobre o término de relacionamentos amorosos. O que eu andei pensando foi... como nós temos dificuldade de afastar das nossas vidas pessoas e coisas que não nos fazem bem.

Aquele amigo que você tem há muito tempo, muita vezes, simplesmente muda com o passar no tempo e, simplesmente, não é mais seu amigo. Você tenta reanimar a amizade mas nada acontece. E aquilo vai lhe fazendo mal. Mas quem vai querer dar fim a uma amizade de longa data?

A mesma coisa - pelo menos comigo - se aplica à alimentação. Como é difícil para mim não comer besteira! Pizzas, sanduíches, etc. Faz mal, mas não consigo resistir.

Simplesmente existem coisas - muitas - nas vida que não nos fazem bem e nós não conseguimos nos desvencilhar delas. Será medo do que pode acontecer diante da ausência de algo/alguém? Será o medo do desconhecido?

O ser humano é complexo demais pra minha cabeça.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

A hipocrisia das pessoas que possuem vaga garantida no céu.


Não estou aqui pra dizer que a religião é o ópio do povo (pode até ser ou não, pra você... mas o foco aqui não é esse). Estou aqui pra falar de hipocrisia... Ah, a hipocrisia...

Toda religião é válida pra quem acredita nela e toda religião deve ser respeitada, não importando se você tem (ou qual seja a sua) religão ou se você simplesmente optou por não acreditar em nenhuma delas.

A questão é que, algumas pessoas, interpretam suas crenças de uma forma um tanto errônea: acham-se superiores aos indivíduos que possuem outras crenças, discriminam os diferentes e por aí vai. Claro que a maioria das pessoas não são assim, pois hoje o mundo está començando (COMEÇANDO, apenas) a ser um pouquinho mais tolerante com o semelhantes... mas só um pouquinho mesmo.

O problema é que certas pessoas aderem ao fanatismo religioso e tendem a afastar indiretamente (ou diretamente mesmo) tudo o que julgam fora de seu padrão de aceitabilidade. Passam a se achar superiores em todos os campos imagináveis: sua oração não vale nada comparada com a minha, eu vou para o céu e você não porque eu vou pra igreja e você não...

Acredito que haja um mix de fanatismo e vitimismo nessas pessoas. Indivíduos que se auto-massacram usando o nome de seu Deus... em vão! Sim, em vão. Cegos.

O pior de tudo é que isso nunca vai ter fim. Já acontece desde antigamente, não é hoje que vai acabar. Mas pelo menos a vaga deles no céu já está garantida.

Haja paciência, hein.