sábado, 18 de maio de 2013

Médicos cubanos... no Brasil

A recente decisão do Estado de importar mão de obra cubana para a Medicina do país gerou algumas discussões. O Conselho Federal de Medicina não enxerga essa medida com muito contentamento.

Sabe-se que, em Cuba, a área da saúde é consideravelmente desenvolvida, ainda que os hospitais não disponham de recursos tecnológicos para a prática da Medicina (certamente uma das consequências do embargo norteameticano à Cuba, que praticamente teve sucateado seu o ramo industrial). A Venezuela, por exemplo, fornece recursos petrolíferos à ilha em troca de serviços médicos em seu território. O próprio falecido Hugo Chávez realizou grande parte de seu tratamento de combate ao câncer em território cubano.

No Brasil, percebe-se que a maioria dos médicos se concentra nas grandes cidades, deixando o meio rural carente de uma assistência médica de qualidade, mesmo que os salários oferecidos para trabalhar em pequenas cidades do interior sejam bem maiores que os das metrópoles. Além disso, a grande parcela desses profissionais trabalham em clínicas particulares e, nas horas vagas, se desdobram em plantões. Claro que o atendimento emergencial é de extrema importância, mas nota-se que o programa de assistência à família, exemplo, não recebe os mesmos incentivos que o primeiro.

É justamente esse fator um dos principais para a importação dos médicos cubanos. A Medicina dessa ilha, que é tão afetada pela política unilateral dos EUA, não concentra seus profissionais apenas no combate à doença, mas sim na prevenção dela, na garantia do bem-estar do indivíduo. Afinal, caso se invista na prevenção de doenças, não só o índice de enfermidades que precisam ser combatidas irá diminuir, mas também os gastos do governo com atendimento, medicamentos, curativos... e sobrará mais tempo para que os médicos estudem e invistam no acompanhamento e tratamento familiar, por exemplo.

Há, também, a questão de que os profissionais da saúde do Brasil, em sua maioria, exigem que os médicos cubanos realizem uma prova chamada Revalida para que, assim, eles possam realmente exercer a Medicina que aprenderam no país de origem de acordo com a sua aprovação no exame. Seria essa exigência uma questão de xenofobia ou uma real preocupação com o exercício da Medicina e o consequente bem-estar do próximo?

A questão é que, para o governo, a mão de obra cubana é viável e pode trazer vários benefícios para o país, como o ocorrido antigamente em Tocantis. É uma questão polêmica atual, que exige muitos estudos sobre o assunto.

Se a importação de médicos cubanos vai dar certo ou não, só o tempo poderá nos responder.