terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Expectativas x Realidade


Medicina é o que eu quero pra minha, claro. Desde 2009, quando tomei minha decisão de ser médica. 
Já assisti House e sou viciada em Grey's Anatomy. Ok, o que é mostrado nessas séries não é nem um pouco parecido com a realidade do Sistema Único de Saúde, mas também me inspirou nesse a querer esse sonho. Comecei a estudar muito. Tentei durante alguns anos: levei vários "tapas" dos vestibulares, mas persisti e passei!

Sempre pensei em ser uma cirurgiã geral que nem a Meredith Grey e a Bailey de Grey's Anatomy. Sonhava fazendo uma retirada de apêndice. A área de cirugia cardiotorácica nunca passou pela minha cabeça, embora ache uma área muito linda, não tenho vontade de ser uma Yang da vida. Acho um tipo de cirurgia cem por cento nível hard.

Embora tenha entrado na Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará (uma das melhores universidades do país, segundo a revista Guia do Estudante) agora, já tenho um semestre de experiência devido ao meu tempo no curso de Medicina da Universidade de Fortaleza. Dessa forma, já conheço, embora ainda pouco, algumas coisas. Já percebi, por exemplo, que a cirurgia geral não me anima tanto quanto a área de atenção primária ou a de saúde da mulher. Já me chamaram de louca por pensar em trabalha no PSF (Programa de Saúde da Família), porque, cá entre nós, a saúde pública do Brasil já é um caos no nível terciário (hospitais, por exemplo) de saúde, no nível primário nem se fala então! Caos TOTAL! Mas... eu tenho muita vontade de trabalhar na atenção primária e orientar as pessoas, além de cuidar dos aspectos físicos. Ok, todo médico deve orientar o paciente quanto a medidas saudáveis de vida, mas em um ambiente super lotado de hospital convenhamos que isso é quase impossível.

Também acho linda a área de ginecologia. Mas nessa parte me acho uma contradição, porque eu não gosto de embriologia. Mas... talvez seja só um trauma criado desde o ensino médio. Talvez. Além disso, também gosto muito da área de endocrinologia.

Uma das áreas que eu jurava que ia me apaixonar era a de trauma. Ainda acho uma área muito bonita, mas não é o que quero pra minha vida. Até agora a atenção primária está ganhando. 

A Medicina é desse jeito mesmo: existem tantas áreas, que é impossível você não se apaixonar por uma. É muito comum, também, você entrar na faculdade com uma especialização em mente e mudá-la logo depois.

Nesses últimos dias, tenho feito um curso de trauma. Aprendi coisas muito interessantes! Sempre sonhei (sonhava mesmo!) em fazer sutura e finalmente aprendi! Suturei alguns cortes em um pedaço de língua de boi. Saí feliz da faculdade que nem quando uma criança ganha um brinquedo. Rs. Sempre sonhei em aprender sutura. Dentre as outras coisas que aprendi, teve o rcp, que, na minha opinião, é algo indispensável, todo estudante de Medicina deveria saber e, além disso, ensinar as pessoas próximas. Seria uma forma de salvar vidas, já que o socorro ou suporte avançado de assistência muitas vezes demora a chegar.

Aprendendo a suturar - XVIII Curso de Condutas Básicas em Emergências


Acredite, a Medicina é muito linda. Nem sempre é do jeito que você quer, mas é linda. O contato com o paciente é algo tão enriquecedor (intelectual e pessoalmente falando) e dinâmico! É algo que não dá pra treinar, é algo que você vai aprendendo com o tempo e nunca deixa de aprender. Cuidar do paciente deve ser o nosso objetivo sempre. Muitas vezes, nem doente eles estão, eles precisam de alguém pra desabafar. O paciente é complexo. 

Não existe nada mais gratificante nesse mundo que um paciente curado e/ou agradecido pelo trabalho que você prestou a ele. Eu sei, eu ainda sou uma baby nesse mundo da Medicina, mas eu já tive alguns pacientes, embora não tenha passado remédio nem nada, mas já tive muitos contatos com pacientes.

Eu acho muito lindo esse contato com o paciente. Na minha opinião, isso que me fez deixar a cirurgia mais de lado. Estou com muita vontade de virar uma doutora da alegria, tomara que dê tudo certo!

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