sábado, 2 de setembro de 2017

Tententender

Pego emprestado o nome de uma das músicas do Pouca Vogal (Gessinger + Leindecker) pra desabafar sobre algo que eu presenciei.

Imagina só: você está grávida (ou sua companheira está grávida) de gêmeos, mas, no momento, com apenas 26 semanas de idade gestacional. Acontecem algumas intercorrências e você acaba tendo que ficar internada na Maternidade e... você entra em trabalho de parto. Nasce um dos bebês. O outro bebê não nasce: os médicos conseguiram fazer com que ele ficasse lá dentro do melhor ambiente de todos enquanto o parto não acontece: o útero. Mas, enfim, o bebê que nasceu veio ao mundo muito prematuro e foi levado direto pra sala da Neonatologia e de lá direto para a UTI neonatal. A mãe estava arrasada, o pai, chorando muito no corredor.

Pois é, pesado, triste, difícil. Acho que até hoje foi a cena mais difícil que eu presenciei na sala de parto. Antes desse parto, em quase todos os outros que assisti/fiz o bebê nasceu bem e chorando muito, apenas em um o bebê não chorou, mas logo ele ficou bem.

Ver aquela mãe e aquele pai naquela angústia, sem saber se a filha iria sobreviver ou não, partiu meu coração. Logo na Maternidade, onde tudo é pra ser motivo de festa (afinal, quem não gosta de bebês?) isso acaba com o coração de qualquer um.

Às vezes não entendo certas coisas da vida.

Uma mãe e um pai ansiosos pelos seus bebês. 

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