segunda-feira, 3 de julho de 2017

Alma jovem e alguns dramas cotidianos nos quais eu fico pensando


Uma das melhores coisas que existe é conversar com você mesmo. Refletir sobre a sua vida. Acho que eu nunca me conheci tão bem como nos últimos meses (mas ainda continuo não me conhecendo... me surpreendo comigo).

Ser jovem é uma coisa boa... envolve muita energia, emoções, sentimentos, medo/angústia/insegurança do futuro que está por vir... envolve muitas mudanças! Ser jovem é ser eternamente uma metamorfose ambulante sem precisar ter aquela velha opinião formada sobre tudo. 

Uma das coisas que eu pretendo sempre ter dentro de mim é uma alma jovem. Alma jovem?

Não sei vocês mas dentro de mim habita uma vontade muito louca de mudar o mundo. Vou conseguir mudar o mundo? Você pode até pensar que não, mas a minha resposta é sim (posso mudar e tento mudar o mundo todos os dias). Nem tudo o que a gente faz precisa ser extravagante pra ter efeito. Eu posso mudar o mundo simplesmente deixando de ignorar as pessoas ao meu redor ao dar "bom dia." Confesso que, em algumas das vezes em que eu fiz isso eu fui ignorada (#chateada) mas pelo menos minha parte eu fiz né. Também posso mudar o mundo quando tô dirigindo na Avenida 13 de Maio e alguém me pede passagem e eu dou passagem. Ou quando você dá uma palavra de conforto pra alguém que está passando por um momento difícil, mesmo que você saiba que você não pode mudar o que aconteceu. 

Ou quando a pessoa vem vender a arte dela na praia e você (ajudando financeiramente ou não) simplesmente elogia a arte dela e incentiva a aprimorar essa arte cada vez mais. Digo isso porque fui à praia com meus amigos e chegou um rapaz tocando flauta pra gente... eu dei alguma quantia em dinheiro - quase nada porque qual é o estudante universitário que tem dinheiro nesse país né amigos? - mas principalmente elogiei o trabalho dele. Ele deu uma lista de 25 músicas, eu escolhi uma delas e ele tocou. Ele disse que essa que eu escolhi ele tinha aprendido no dia anterior. Ele tocou, errou alguns acordes, mas nada que apagasse a beleza do seu talento... E eu falei pra ele que ele toca muito bem e que desejo que ele possa aprimorar o talento a cada dia. Parabéns!

Voltando a tentar conceituar a "alma jovem", eu acredito que precisamos ser verdadeiros. Verdadeiros como? Simplesmente verdadeiros. Falar o que sentimosentir o momento, refletir, não deixar as coisas negativas fazer seu dia morrer (isso é bem difícil, às vezes). A gente vive num mundo em que se finge o que não é pra se parecer mais forte. No fundo, quando fazemos isso, somos mais fracos do que pensamos. Poxa, falar o que se sente... por que isso é tão difícil? Por que é tão difícil chegar pra alguém e dizer palavras positivas? Palavras de reconhecimento? O problema é que a impressão que dá é que quem é verdadeiro, quem é "bonzinho", segundo às pessoas, só se fode. Eu sei, eu sei, às vezes a gente só se lasca sendo verdadeiro. Eu mesma já magoei alguém que foi verdadeiro comigo. Lembro que no colégio, um menino que tava a fim de mim me deu um colar de guitarra (a pessoa bancava a rockeira, rsrsrs) e um bombom de chocolate tipo serenata de amor. Na época eu comi o chocolate (não lembro o que aconteceu com o colar, se eu devolvi ou se fiquei) e não quis nada com ele. Ok, eu fui verdadeira com ele, não queria nada com ele e ele foi verdadeiro comigo porque expressou os sentimentos dele por mim. Lembro disso e acho fofo, mas com certeza eu ter sido verdadeira naquele momento não foi tão legal assim pra ele...Ser verdadeiro, então, pode machucar... mas é melhor ser verdadeiro e machucar do que mentir pra agradar.

Não sei vocês, mas uma das coisas que mais me incomodam hoje em dia é que as pessoas só registram, mas não sentem o momento, diminuem o sentir. Quantas pessoas assistem show ao vivo, estão lá, mas assistem pela tela do celular? Eu mesma já fiz isso, mas hoje em dia me policio. No show do Humberto Gessinger eu gosto de tirar fotos dele e fazer alguns vídeos, mas, hoje em dia, eu faço isso poucas vezes e tento na maior parte apreciar o show com os meus próprios olhos e, nas minhas músicas preferidas, eu fecho os olhos, escuto e curto o momento... Acho que só quem vai pro show da sua banda/artista preferido sabe como é isso...

É igual a escutar música. Você escuta música mesmo quando tá só. Quando tá de noite dirigindo sozinho ou quando tá com a cabeça no travesseiro, pensando na vida. 

Não tem celular, não tem vídeo, não tem foto, não tem nada que substitua pisar na areia da praia, sentir a brisa do mar, sentir a água molhando a planta do seus pés... Não tem nada que substitua o frio na barriga, as borboletas no estômago  de uma paixão... e também não tem nada nesse mundo tecnológico que consiga captar a intensidade e imensidão de uma decepção. Não tem celular, rede social, tablet, computador ou qualquer coisa dessas tecnologias que substitua um beijo na boca, um abraço ou que substitua o sexo. A gente deixa esse mundo de metal/coisas impessoais diminuir a intensidade de emoções, de sensações que a vida pode proporcionar.

Cada pessoa é uma galáxia. Cada cabeça tem mil histórias pra contar e mil histórias ainda pra fazer. Eu sinto falta de pessoas que sintam. Sinto falta de pessoas intensas. Eu gosto é de gente que me manda áudio com mais de 1 minuto, de gente que chora mesmo e não tá nem vendo, de gente que beija, que abraça, que te elogia sem motivo, que te faz criticas pra te fazer melhorar... gosto de gente que chega na tua vida e mostra que ela é tão intensa e louca quanto você. Que quer mudar o mundo também.

Eu quero ser é  jovem.

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