quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Reflexões sobre Obama e seu (primeiro) governo.

A maior potência mundial, EUA, governada durante quatro anos e após as eleições de ontem, mais 4 anos, por Obama, teve seus pontos positivos e seus pontos negativos. Diante disso, queria ressaltar minha opinião a respeito do assunto aqui no blog.

Primeiramente, a eleição de um homem negro nos EUA é um grande marco, visto que o país foi e ainda é, em menor escala, marcado pelo racismo no sul, devido a questões históricas que envolvem escravidão e à antiga emergência de grupos que exaltam a supremacia branca em detrimento da valorização dos grupos afrodescendentes. Nota-se, assim, que a eleição de Obama demonstrou que uma parte da população já não é tão conservadora e que, consequentemente, não apoia a desigualdade racial.

Obama herdou um país turbulento, problemático e prestes a entrar numa crise em decorrência do governo passado: o de Bush filho. A crise financeira de 2008 explodiu justamente durante o governo do atual presidente, mas também teve origens no passado, já que os excessivos gastos militares impediam que o governo destinasse mais recursos financeiros a questões internas. Dessa forma, com a expansão do crédito à classe média, os bancos esperavam por prosperidade econômica, o que de fato não ocorreu, já que, com o enrijecimento das medidas de crédito, como o aumento dos juros, a população não pode pagar duas dívidas, principalmente no setor imobiliário, gerando a crise. Obama, assim, tentou conter a "onda" de consequências que o país enfrentaria, mas não obteve os resultados esperados.

Com a crise, a economia retrocedeu. Esse fato gerou insatisfação na população. Aliada a esse problema, ainda há a questão de que o governo estava gastando verbas consideráveis com a questão militar, enquanto a população padecia com os efeitos da crise: pessoas sem casas, cidadãos desempregados e com dívidas exorbitantes, além da falência dos bancos.

Percebe-se, ainda, que ocorreu a retirada das tropas norteamericanas do Iraque afirmando que essa nação estava em condições adequadas de segurança e paz de prosseguir seu governo, o que é uma mentira, já que a violência persiste e problemas como o da minoria étnica curda que não possui um local definido e que foi cruelmente reprimida durante o governo de Saddam Hussein ainda existem. Há, também, a questão do Afeganistão, que os americanos invadiram acreditando que o país abrigava o terrorista Osama Bin Laden e violaram princípios importantes como a soberania das nações. Aliás, a morte do tal terrorista da Al Qaeda ocorreu durante o governo Obama, o que, certamente, favoreceu sua reeleição.

Nota-se, também, que o governo não fechou a prisão de Guantánamo, um local em que a democracia praticamente não existe, devido às torturas e prisões arbitrárias características do lugar. É importante, também, lembrar que o embargo norteamericano à nação cubana permanece, embora algumas medidas tenham sido permitidas como a viagem de cidadãos dos EUA descendentes de cubanos, principalmente da Flórida, a Cuba, que continua expulsa da OEA e com problemas socioeconômicos desde o fim da URSS.

Pode-se considerar, ainda, que, quanto à saúde, o governo Obama deu alguns passos positivos. Já que no país não existe sistema público de saúde como o do Brasil, o SUS, e que os procedimentos médicos não são baratos, principalmente, para a população pobre e para os idosos que necessitam constantemente de cuidados médicos devido às suas naturais condições físicas. Os planos Medicare, para os mais velhos, e Medicaid, para os cidadãos que vivem abaixo da linha da pobreza, são, dessa maneira, planos louváveis, já que a saúde é um fator essencial parar o bem-estar da nação.

É necessário, também, ressaltar que Obama foi mais habilidoso com a questão da imigração, mesmo com a oposição dos republicanos. Seu governo, segundo ele mesmo, é um governo para todos. Ele sofre, entretanto, com a oposição que impede muitas vezes o andamento de seus projetos. E, além disso, quanto ao Brasil, o governo Obama tenta ser um país amigo, mas, ainda assim, algumas medidas norteamericanas não favorecem a economia brasileira e o país também está alerta quanto ao grande crescimento econômico chinês, ainda que seja um progresso sem glasnot, apenas uma perestroika. A China cresce de forma assustadora e pode até mesmo substituir os EUA quanto à hegemonia econômica mundial no futuro. É justamente essa possibilidade que deixa o governo norteamericano em alerta.

Percebe-se, assim, que o primeiro governo Obama teve os seus momentos positivos e os negativos. Vamos ver o que acontecerá nos próximos 4 anos.

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